Água de quiabo serve para quê? Veja perigos ao consumir
Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) alertou sobre o risco de consumir água de quiabo como substituto de remédios para a condição

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A Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) emitiu um alerta sobre uma suposta cura para o diabetes, uma condição que, apenas no Brasil, resulta em quatro vezes mais mortes do que a aids.
A entidade expressou sua grande preocupação e o potencial prejudicial da divulgação, por grandes meios de comunicação, de tratamentos "alternativos" sem qualquer respaldo científico.
A preocupação surgiu após um grupo de estudantes ganhar destaque com um experimento que propunha uma abordagem natural para o tratamento convencional do diabetes.
Apresentado em um programa de televisão, o experimento prometia reduzir os níveis glicêmicos com uma simples mistura de quiabo e água, rendendo aos adolescentes um prêmio de R$ 30 mil.
A repercussão preocupante veio logo em seguida. Apesar do apresentador ressaltar que o experimento era apenas um ponto de partida e não contava com evidências científicas, começaram a circular na internet postagens afirmando que a água com quiabo poderia substituir os medicamentos para controlar o diabetes.
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Água de quiabo não cura diabetes
O trabalho dos estudantes foi inspirado por uma pesquisa recente da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), que observou uma melhora nos níveis de glicemia de camundongos alimentados com farinha de quiabo.
Desde 2012, os jovens têm investigado os efeitos do vegetal no organismo e, com a orientação de uma professora de química, adaptaram a farinha para a baba de quiabo misturada com água.
Embora tenham observado uma redução nos índices glicêmicos dos voluntários que participaram do teste, nenhum deles interrompeu o uso dos medicamentos durante o período da pesquisa.
O médico Walter Minicucci, presidente da SBD, elogiou a iniciativa dos estudantes, mas ressaltou que não é possível substituir os medicamentos e a insulina por água e quiabo. Ele destacou que, embora indivíduos relatem melhorias, é necessário realizar mais estudos para determinar a eficácia do método, evitando os efeitos do placebo.
O quiabo é considerado uma opção de tratamento devido ao seu alto teor de fibras, que reduz a absorção de carboidratos e promove a sensação de saciedade.
No entanto, Minicucci enfatizou que uma dieta equilibrada, perda de peso e exercício físico regular são fundamentais, e que não se deve abandonar os medicamentos sem orientação médica.
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*Com informações de portal Drauzio Varella
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