CONFUSÃO

Professor é preso por sequestro, mas escola diz que ele dava aula na hora do crime

A vítima do crime ocorrido na cidade de Iguape, uma mulher de 74 anos, teve R$ 11 mil roubados e teria reconhecido o professor, que é negro, por uma fotografia

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Marcelo Aprígio

Publicado em 17/04/2024 às 11:29
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Um professor de educação física foi preso, na terça-feira (16), acusado de participação em um sequestro, seguido de roubo, em uma cidade do interior de São Paulo.

A vítima do crime ocorrido na cidade de Iguape, uma mulher de 74 anos, teve R$ 11 mil roubados e teria reconhecido o professor, que é negro, por uma fotografia.

O sequestro aconteceu por volta das 9h do dia 31 de outubro de 2023, segundo boletim de ocorrência. No entanto, segundo a escola onde Clayton Ferreira dos Santos, de 40 anos, trabalha, o professor dava aula a 200 quilômetros do local do sequestro, na capital paulista, no momento do crime.

"No horário e na data em que foi realizado o roubo, ele estava trabalhando.[...] A escola expediu uma declaração, forneceu para nós os atestados, as folhas de ponto", diz o advogado Danilo Reis, que defende Clayton.

O documento a que o advogado se refere é uma declaração de horário emitida pela instituição de ensino, uma escola estadual da Zona Sul de São Paulo.

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Documento prova que Clayton Ferreira dos Santos, de 40 anos, dava aula a 200 quilômetros do local do sequestro - REPRODUÇÃO

O registro tem assinaturas do diretor da unidade e do professor. No documento, consta que Ferreira leciona na unidade de segunda a sexta-feira, entre 7h e 16h20.

Mais uma pessoa negra, de comunidade, sem apontamento negativo criminal algum, está em cárcere por causa de um mero reconhecimento fotográfico"
, aponta o advogado Danilo Reis.

O advogado diz ainda que não sabe como a foto de Clayton foi parar num banco de imagens mostradas pela polícia à vítima. "Ele nunca teve passagens criminais anteriores", afirmou Danilo.

REVOGAÇÃO DA PRISÃO

Diante da situação, a defesa de Clayton diz que vai entrar com pedido de habeas corpus e de revogação da prisão temporária, visto qu o caso seria um "grande equívoco" e que todas as medidas serão tomadas para comprovar a falha no inquérito policial.

De acordo com Claudia Gomes, companheira de Clayton, ele foi detido após receber uma convocação da polícia para se apresentar no 26º Distrito Policial (DP), localizado em Sacomã, Zona Sul da cidade.

Ela relatou que seu esposo foi notificado por meio de uma carta entregue na portaria do prédio onde residem na capital, solicitando sua presença na delegacia para esclarecer informações fornecidas em um boletim de ocorrência eletrônico registrado por ele sobre o furto de seu celular. Infelizmente, Clayton não conseguiu recuperar o aparelho que foi subtraído.

O SEQUESTRO

De acordo com a idosa os sequestradores a obrigaram a entrar no veículo. Depois contou ter sido levada até uma agência bancária e fazer dois saques, nos valores de R$ 5 mil e R$ 6 mil.

Em seguida, os bandidos, de acordo com a idosa, a obrigaram a depositar o dinheiro na conta de uma das mulheres da quadrilha. Mais tarde, o grupo roubou seus cartões de banco e a abandonou numa rodovia.

Uma mulher também teve prisão temporária decretada. De acordo com o boletim de ocorrência, ela também teria sido reconhecida em foto e seria a titular da conta bancária que recebeu o montante transferido pela vítima.

Com informações do g1.

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Mais uma pessoa negra, de comunidade, sem apontamento negativo criminal algum, está em cárcere por causa de um mero reconhecimento fotográfico"

, aponta o advogado Danilo Reis.

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