Racismo: mulher que jogava banana e fezes na casa de vítimas é condenada

A condenação refere-se aos ataques contínuos com ofensas discriminatórias feitos por dois anos pela suspeita contra uma idosa e uma criança

Publicado em 24/07/2024 às 9:38 | Atualizado em 24/07/2024 às 11:40

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Uma mulher foi condenada pela Justiça por crime de racismo e recebeu uma sentença de dez anos e seis meses de reclusão, além de um mês de detenção.

A ação penal foi movida pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE). A prisão da mulher foi decretada e imediatamente cumprida no mesmo dia.

A condenação refere-se aos ataques contínuos com ofensas discriminatórias feitos por dois anos contra uma família no bairro de Cidade Jardim, em Caruaru, no agreste pernambucano.

Segundo depoimentos da família, a vizinha utilizava termos como “bando de macacos”, “família de macacos” e declarava que desde a chegada deles no local, não teria tido mais sossego.

Além das ofensas verbais, ela lançava fezes de cachorro, bananas, pedras, paus, garrafas e tijolos na residência da família, chegando a ameaçar incendiar o carro dos moradores.

“O caso é de grande repercussão na cidade, pois a família inteira sofreu diversos tipos de agressões em razão de sua raça por dois anos ininterruptos. Durante todo esse tempo, manteve-se confiante na Justiça”, afirmou a Promotora de Justiça Themes Costa, que representou pela prisão durante suas alegações finais.

Segundo a ação penal, as ofensas da condenada foram dirigidas a uma criança e a uma idosa.

 

O menino de 7 anos não se sentia seguro para brincar com amigos na vizinhança ou no quintal de casa, enquanto a idosa de 72 anos teve sua saúde prejudicada devido aos ataques.

"A atuação do Ministério Público e a resposta do Judiciário diante deste caso de racismo em Caruaru transmitem uma mensagem clara à população de que este crime não será tolerado. Isso traz uma sensação de segurança e justiça", comentou a Procuradora de Justiça Ivana Botelho, coordenadora do Grupo de Trabalho contra o Racismo do MPPE.

O Jornal do Commercio tentou entrar em contato com a defesa da condenada, mas não obteve resposta até o fechamento desta matéria.

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