Jovem com a 'pior dor do mundo' poderá controlar sintomas via bluetooth

O dispositivo eletrônico conectado a eletrodos no crânio será capaz de impedir que a pior dor do mundo chegue ao cérebro de Carolina Arruda

Publicado em 30/07/2024 às 11:30

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Carolina Arruda, de 27 anos, conhecida por sofrer de neuralgia do trigêmeo, uma condição descrita como causando a "pior dor do mundo", passou por um procedimento inovador para o controle da dor.

A jovem agora tem eletrodos implantados na base do crânio, que serão operados por bluetooth através de um aplicativo em um iPod.

O objetivo é utilizar neuroestimuladores para bloquear a transmissão da dor para o cérebro.

Carolina tem enfrentado a neuralgia do trigêmeo, uma doença rara que a levou a explorar diversas terapias alternativas.

Seu caso ganhou atenção pública quando ela mencionou considerar a eutanásia na Suíça como uma opção devido ao sofrimento intenso. O novo tratamento não requer conexão com a internet.

Em entrevista à EPTV, o médico Carlos Marcelo de Barros, diretor clínico da Santa Casa de Alfenas e responsável pelo procedimento, explicou que o tratamento permite a emissão de impulsos elétricos para "reprogramar" a atividade do nervo afetado.

A eficácia do tratamento será monitorada nos próximos dias. Mesmo que a neuralgia do trigêmeo persista, espera-se que o neuroestimulador reduza a dor severa experimentada por Carolina.

Nas redes sociais, a jovem demonstrou como o aplicativo no iPod controla a intensidade das ondas elétricas transmitidas pelos eletrodos.

De acordo com o médico, o dispositivo emite uma corrente elétrica de baixa intensidade que simula a atividade elétrica dos nervos, interferindo na percepção da dor.

Os eletrodos, posicionados na base do crânio, visam tratar diretamente as áreas afetadas.

O neuroestimulador opera continuamente com intensidade baixa a moderada, e a equipe médica ajusta o funcionamento conforme necessário, com base no feedback de Carolina.

Ela também pode ajustar a intensidade do estímulo quando necessário.

Carolina relatou que o tratamento não causa dor, e que ela pode aumentar a intensidade durante as crises para obter alívio, sentindo "formigamento" como efeito.

Ela deve continuar com medicações adicionais e passar por um período de adaptação até que a dor seja gerenciada de maneira eficaz.

A previsão é que Carolina receba alta médica entre quinta-feira, 1º de agosto, e sexta-feira, 2 de agosto.

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