Nordestinos se destacam em indicador de saúde física, mas apresentam menor média do país no pilar financeiro para uma longevidade saudável

Apesar da consciência em saúde e prevenção, região ainda precisa fortalecer pilares financeiros e de saúde mental para uma vida longa e equilibrada

Publicado em 17/12/2024 às 15:16
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De acordo com dados do Indicador de Longevidade Pessoal (ILP), metodologia inédita criada pelo Grupo Bradesco Seguros em parceria com o Instituto de Pesquisa Locomotiva e o especialista em envelhecimento Alexandre Kalache, o maior desafio para os nordestinos na busca por uma vida mais longa está no pilar financeiro.

O estudo, que avaliou aspectos como saúde física e mental, interações sociais e educação financeira em uma escala de 0 a 100, mostrou que a média de finanças no Nordeste é de apenas 45 pontos, ficando abaixo da média nacional, que é de 50.

Além da pontuação mais baixa, outros dados reforçam a urgência do tema na região.

Enquanto 27% dos entrevistados no Brasil disseram não possuir dívidas — um número que já revela preocupação —, no Nordeste esse percentual cai para apenas 17%.

Quando se trata de reservas financeiras para a aposentadoria, apenas 32% dos nordestinos afirmaram ter recursos voltados a essa finalidade, em contraste com a média nacional de 40%.

Para Estevão Scripilliti, Diretor da Bradesco Vida e Previdência, os resultados destacam a necessidade de fortalecer a educação financeira como um pilar essencial para a longevidade.

"Ter uma boa saúde financeira impacta diretamente o bem-estar e a segurança das pessoas. Quando falamos de planejamento para a aposentadoria, não se trata apenas de garantir renda futura, mas de evitar o estresse e a ansiedade associados à falta de estabilidade financeira. Isso é fundamental para o envelhecimento saudável e para uma vida mais equilibrada", afirma.

Em relação à saúde mental, a população do Nordeste está alinhada à média nacional, com uma pontuação de 59 pontos, embora o índice ainda seja considerado baixo.

Para Alexandre Kalache, especialista em longevidade, o dado indica que o país como um todo precisa avançar nesse pilar para garantir uma vida mais saudável e prolongada.

"Os dados mostram que a saúde mental é um desafio urgente e constante em todas as regiões do país. No Nordeste, por exemplo, embora o índice esteja alinhado à média nacional, sabemos que 59 pontos é uma média baixa e que indica a necessidade de avanços significativos. Investir em ações de promoção ao bem-estar mental é essencial para garantir uma vida mais saudável e longeva. Além do engajamento pessoal, o comprometimento de empresas, governos e sociedade é fundamental para tornar a saúde mental uma prioridade”, comenta Kalache.

Apesar dos desafios nos indicadores financeiros e de saúde mental, os nordestinos se destacam em áreas fundamentais para a qualidade de vida.

Segundo a pesquisa, o Nordeste registrou uma pontuação de 67 no quesito atitudes em relação à saúde física, superando a média nacional de 65.

“Esse dado reflete um maior compromisso da população da região com hábitos de vida saudáveis e com o autocuidado físico, aspectos fundamentais para o envelhecimento com qualidade”, destaca Kalache.

Além disso, no pilar de cuidados com a saúde e a prevenção, a pontuação foi de 66, próxima da média nacional de 67.

"Esses resultados demonstram uma consciência crescente sobre a importância de investir em saúde preventiva, o que pode ajudar a reduzir o impacto de doenças crônicas e promover uma vida mais longa e ativa", acrescenta Kalache.

Para o especialista, o Indicador de Longevidade Pessoal (ILP) permite às pessoas compreender melhor o impacto do conhecimento e das ações voltadas para uma vida mais longa.

"Ainda há um grande caminho a ser percorrido quando se trata de longevidade e planejamento de vida no Brasil. Por isso, o ILP se apresenta como uma ferramenta essencial para promover o autoconhecimento e incentivar mudanças de atitude que considerem as diferentes etapas da vida da população", finaliza.

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Metodologia do ILP

O Indicador de Longevidade Pessoal (ILP) foi desenvolvido com base em parâmetros e abordagens de instituições reconhecidas, como o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), com o objetivo de aproximar o conceito de longevidade de todas as idades.

O índice, que varia de zero a 100 pontos, analisa 31 variáveis distribuídas em 6 pilares:

  • atitudes em relação à longevidade;
  • saúde física;
  • saúde mental;
  • interações sociais e meio ambiente;
  • cuidados de saúde e prevenção;
  • finanças.

Os dados apresentados foram obtidos por meio de pesquisa digital, com autopreenchimento, realizada com 1.058 pessoas acima de 18 anos em todas as regiões do Brasil.

A margem de erro é de 3 pontos percentuais.

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