Nova Carteira de Identidade Nacional reduz risco de fraudes, aponta levantamento

O número é bem menor em comparação a documentos como RG e CNH, que têm uma taxa de fraude de cerca de 3,8%

Publicado em 29/01/2025 às 12:23
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A nova Carteira de Identidade Nacional (CIN) tem se mostrado eficaz na redução de fraudes, segundo um levantamento realizado pela Serasa Experian, a maior datatech do Brasil. A pesquisa analisou mais de 2,8 milhões de transações financeiras feitas com o novo documento em outubro de 2024 e constatou que apenas 0,2% apresentaram indícios de fraude, representando um risco de apenas 0,08%.

O número é significativamente menor em comparação a outros documentos de identificação, como o RG e a CNH, que registram uma taxa de fraude de aproximadamente 3,8%.

Entre os principais riscos associados ao uso da CIN, 38,68% das fraudes detectadas envolvem adulterações no documento. Outros tipos de fraudes identificadas incluem a sobreposição de fotos (8,9%) e o uso de documentos de terceiros (8,44%), muitas vezes provenientes de furtos ou roubos de identidade.

A CIN é uma versão mais moderna e segura do RG, incorporando elementos como QR Code e sendo vinculada ao CPF do cidadão. Com isso, o número de identificação torna-se único em todo o território nacional, eliminando a possibilidade de emissão de múltiplos documentos falsificados em diferentes estados.

O diretor de Autenticação e Prevenção à Fraude da Serasa Experian, Caio Rocha, destacou que esse vínculo ao CPF dificulta ações fraudulentas. “Antes, era possível emitir um RG diferente em cada estado. Agora, com a CIN atrelada ao CPF, o número de identificação permanece o mesmo em qualquer local do país, reduzindo significativamente o risco de documentos falsos”, explica.

O estudo também apontou que as fraudes relacionadas à adulteração da CIN ocorrem principalmente de duas formas: a alteração de documentos legítimos, muitas vezes por sobreposição de fotos com tecnologia manual ou Inteligência Artificial, e a criação de documentos falsificados contendo dados reais de vítimas, como nome, CPF e data de nascimento, mas com a foto do fraudador.

Segundo Rocha, essas práticas resultam em crimes de identidade, nos quais os fraudadores assumem a identidade da vítima. “Isso pode levar à obtenção de crédito indevido em nome da vítima, causando negativação indevida e outros problemas legais. Os golpistas evoluem junto com a tecnologia, adaptando as fraudes existentes para novos métodos e recursos”, alerta.

Para reforçar a segurança, o especialista defende o investimento em novas soluções tecnológicas, como a biometria e a criação de um banco nacional de dados biométricos. Aliadas ao CPF como identificador único, essas medidas podem aumentar ainda mais a proteção contra fraudes.

“A tecnologia dificulta os golpes, mas os fraudadores também a utilizam para sofisticar suas práticas. Seguiremos monitorando e investindo em inovação para tornar o mercado mais seguro”, conclui Rocha.

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