Viroses caninas no verão: como proteger os cães contra doenças virais

No verão, o calor e o aumento de pessoas nas praias favorecem o surgimento de viroses que afetam humanos e animais

Publicado em 31/01/2025 às 8:11
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A veterinária do CEUB alerta que o calor excessivo e a exposição a novos ambientes podem aumentar o risco de viroses para os cães.

Durante o verão, o aumento das temperaturas e o maior fluxo de pessoas nas praias contribuem para o surgimento de viroses que afetam tanto os humanos quanto os animais de estimação.

Com isso, surge a dúvida: o surto recente de norovírus, que causou sintomas como diarreia, vômitos, náuseas e febre, pode também impactar os cães? Fabiana Volkweis, professora de Medicina Veterinária do Centro Universitário de Brasília (CEUB), alerta que os cães podem apresentar sintomas semelhantes causados por doenças virais, comprometendo sua saúde.

De acordo com a veterinária, os cães podem desenvolver viroses em qualquer estação do ano, especialmente se não estiverem vacinados e forem expostos aos vírus. Antes de viajar, Fabiana recomenda garantir que o protocolo vacinal do animal esteja em dia.

“Filhotes precisam seguir uma sequência de vacinas conforme a idade para alcançar a imunização ideal. Caso o protocolo ainda não tenha sido completado, evite passeios e o contato com outros animais, pois o filhote estará vulnerável”, diz a especialista.

A veterinária também alerta sobre a mudança na dieta dos cães durante as férias, aconselhando que os tutores nunca ofereçam carnes gordurosas de churrasco, alimentos temperados ou chocolates, pois esses podem causar problemas gastrointestinais.

“Antes de levar seu cachorro para a praia, consulte um veterinário para avaliar riscos de doenças, como a dirofilariose, comum em regiões como o Rio de Janeiro, São Luís e algumas áreas de Santa Catarina.”

A qualidade da água e da comida também exige cuidado extra. A má refrigeração pode favorecer o crescimento de bactérias, o que pode causar intoxicação alimentar nos pets. Fabiana recomenda trocar a água do animal várias vezes ao dia e evitar que o cão beba água do mar, devido ao alto teor de sal e ao risco de desidratação.

“Prefira rações e alimentos que não se estraguem facilmente, mantendo-os longe do sol e em um local fresco. Para amenizar o calor, ofereça água fresca, além de alternativas como água de coco ou picolés específicos para cães.”

Meu cão fiquei doente, e agora?

Caso o pet apresente diarreia, o primeiro passo é observar o quadro. Fabiana explica que, se for um episódio isolado, a recomendação é manter o animal hidratado e evitar mudanças na dieta. “Se a diarreia persistir, é importante levá-lo ao veterinário, pois o sintoma pode ter diversas causas, desde intoxicações alimentares até doenças mais graves”, alerta.

Além das viroses, a veterinária reforça que o aumento de mosquitos, como pernilongos e borrachudos, representa riscos aos pets. “Assim como os humanos, os cães podem contrair doenças transmitidas por mosquitos, como leishmaniose e dirofilariose.”

Para proteção, coleiras repelentes, medicamentos tópicos e repelentes específicos para pets são eficazes. “Existem também repelentes naturais, mas a eficácia contra certos vetores deve ser avaliada com um veterinário”, conclui Fabiana.

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