Endividamento cresce no Recife, mas inadimplência segue controlada

O levantamento revelou que o endividamento das famílias recifenses aumentou em janeiro de 2025, atingindo 83,9%, maior que o mês anterior (82,0%)

Publicado em 14/02/2025 às 9:28
Google News

Clique aqui e escute a matéria

A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor, conduzida pela Confederação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, recebeu uma análise local da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Pernambuco (Fecomércio-PE).

O levantamento revelou que o endividamento das famílias recifenses aumentou em janeiro de 2025, atingindo 83,9%, um avanço em comparação com o mês anterior (82,0%) e o mesmo período de 2024 (82,4%). Em termos absolutos, 442.497 famílias reportaram algum tipo de dívida, um acréscimo de cerca de mil famílias desde dezembro.

Divulgação

Tabela que representa a taxa de endividamento no Recife - Divulgação

Apesar da elevação do endividamento, a inadimplência permaneceu praticamente estável, com 26,2% das famílias reportando contas em atraso, um leve aumento em relação ao mês anterior (26,1%), mas ainda abaixo do registrado no ano passado (30,6%). O percentual de famílias que indicaram não ter condições de pagar suas dívidas também se manteve estável, em 12,4%.

O cartão de crédito continua sendo o principal meio de endividamento, utilizado por 92,2% das famílias, seguido por carnês de lojas (27,3%), financiamentos de veículos (6,3%) e crédito pessoal (5,3%). O comprometimento médio da renda com dívidas atingiu 29,9%, o que indica que quase um terço da renda familiar continua destinado ao pagamento de compromissos financeiros.

Divulgação

Tabela com a taxa de inadimplência em Recife - Divulgação

Bernardo Peixoto, presidente da Fecomércio-PE, enfatiza que o comércio observa de perto os movimentos do consumidor. "O cenário ainda exige cautela, mas a estabilidade na inadimplência e o controle no comprometimento da renda são pontos positivos. Para o comércio, isso significa que as famílias ainda estão consumindo, mas priorizando gastos essenciais. O crédito continua sendo um fator determinante e, se bem gerido, pode manter o setor aquecido ao longo do ano", afirma.

Rafael Lima, economista da Fecomércio-PE, acredita que o crescimento do endividamento não necessariamente indica um agravamento do cenário econômico, mas requer atenção.

"O aumento do número de famílias endividadas reflete, em parte, a necessidade do crédito para manter o consumo. No entanto, a estabilidade da inadimplência mostra que os consumidores estão conseguindo administrar seus compromissos financeiros. O grande desafio continua sendo o impacto do crédito caro e o elevado comprometimento da renda, que pode limitar o poder de compra nos próximos meses", conclui.

Tags

Autor