Suspeitos de organizar racha na BR-408 são presos em operação da PRF
A operação tinha como alvo grupos de motoristas que transformavam a BR-408, uma importante rodovia que liga a capital ao interior do estado

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Na madrugada desta sexta-feira (14), a Polícia Rodoviária Federal (PRF) deflagrou a Operação Terminus Cursus, com foco em um grupo de motoristas que realizavam disputas ilegais, conhecidas como "racha", na BR-408, em São Lourenço da Mata, na Região Metropolitana do Recife.
A operação resultou na apreensão de cerca de 30 veículos e na emissão de 100 Termos Circunstanciados de Ocorrência (TCOs) por diversas infrações.
A BR-408, um dos principais corredores que conecta a capital pernambucana ao interior do estado, vinha sendo utilizada por grupos para corridas ilegais nas noites de quinta e sexta-feira. A PRF já monitorava o local, por meio do serviço de inteligência, e mobilizou viaturas e helicóptero para prender os infratores.
Durante a operação, cerca de 100 pessoas que acompanhavam as corridas foram abordadas e autuadas por incitação ao crime, conforme o artigo 286 do Código Penal.
Dois homens foram presos em flagrante enquanto realizavam um "racha", sendo um deles suspeito de ser um dos organizadores dos eventos ilegais. Ambos foram encaminhados à Delegacia de Polícia Civil de Camaragibe.
Além dos veículos apreendidos por estarem envolvidos nas disputas, outros estavam estacionados irregularmente na rodovia ou apresentavam outras irregularidades. Ao todo, 98 autuações foram realizadas, algumas com multas de até R$ 869,00, como no caso de veículos que impediam a circulação da via sem autorização.
Crime de “Racha”
A prática de "racha" é considerada uma infração gravíssima, conforme o artigo 308 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB).
Participar de corridas em vias públicas sem autorização da autoridade competente pode resultar em penas de detenção de 6 meses a 3 anos, além de multa de R$ 2.934,70 e suspensão ou proibição de obter a habilitação para dirigir. Se o crime resultar em lesões graves, gravíssimas ou morte, a pena pode ser ainda mais severa.
O chefe da Delegacia da PRF em Recife, Cleiton Medeiros, destacou a gravidade da situação. "É inconcebível imaginar que tanta gente ainda coloca a sua vida e a de outras pessoas em risco com a prática de rachas, não só em BRs, mas também em vias urbanas. A PRF segue trabalhando para coibir esse tipo de crime", afirmou.
Ele ainda incentivou a população a denunciar locais e envolvidos em "rachas" por meio do número de emergência 191, com anonimato garantido.