Suraras do Tapajós, primeiro grupo de carimbó formado por mulheres indígenas, faz show em Olinda
Após passagem pelo Rock in Rio, artistas paraenses apresentam canções autorais do primeiro disco, dia 22 de março, em Olinda

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O primeiro grupo de carimbó formado exclusivamente por mulheres indígenas, as Suraras do Tapajós, desembarca em Olinda para uma apresentação especial na Casa Estação da Luz.
No dia 22 de março, o público poderá conferir o show "Kirbasawa Yúiri Yí-itá - A Força que Vem das Águas", baseado no primeiro álbum do grupo paraense.
O evento conta ainda com a participação do grupo Semente de Maracá, formado por mulheres indígenas e caboclas pernambucanas, além do DJ Pepe Jordão, que trará um set musical diverso. A noite também contará com a presença de um intérprete de Libras para acessibilidade.
Os ingressos já estão disponíveis na plataforma Sympla, com valores de R$ 80 (inteira) e R$ 40 (meia-entrada).
Criado em 2018, o grupo Suraras do Tapajós se destaca por dar voz às vivências das mulheres indígenas através do carimbó, gênero tradicionalmente dominado por homens. Suas músicas abordam temas como ancestralidade, preservação ambiental e direitos das mulheres indígenas.
A potência dessa resistência já foi vista em grandes palcos, como Rock in Rio, Virada Cultural SP e Rec-Beat, onde dividiram espaço com nomes como Dona Onete, Gaby Amarantos e Gang do Eletro.
No show em Olinda, as artistas apresentarão as faixas autorais do álbum "Kirbasawa Yúiri Yí-itá", que mistura o português com trechos em Nheengatu, língua falada pelos povos do Baixo Tapajós.
Segundo Adelina Borari, integrante do grupo e vice-presidente da Associação de Mulheres Indígenas Suraras do Tapajós, ocupar os palcos é uma forma de empoderamento e de combate à violência contra a mulher indígena.
O repertório também inclui homenagens a grandes nomes da cultura popular, como Dona Onete, Jana Figarella e Osmarino Kumaruara.
Mais do que um show, a apresentação promete ser uma experiência cultural imersiva. As Suraras tocam, cantam e dançam descalças, conectando-se à terra e celebrando suas raízes. Vestem saias coloridas e cocares de penas, usam grafismos corporais feitos com tinta de jenipapo e adornos artesanais que carregam a identidade de seus povos.
O ritual do banho de cheiro, tradição amazônica, também estará presente na noite, proporcionando ao público uma vivência sensorial e ancestral.
A noite promete ser um marco na cena cultural de Olinda, reforçando a potência das vozes indígenas femininas através da música e da arte.