Março Azul: campanha alerta para aumento de mortes por câncer colorretal no Brasil

Estima-se que mais de 20 mil pessoas morram anualmente devido a essa doença, que afeta o cólon e o reto e se origina de pólipos intestinais

Publicado em 19/03/2025 às 12:01
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O câncer colorretal, também conhecido como câncer de intestino, é o terceiro tipo mais comum no Brasil, atrás apenas dos cânceres de pele não melanoma, mama e próstata. Estima-se que mais de 20 mil pessoas morram anualmente devido a essa doença, que afeta o cólon e o reto e se origina de pólipos intestinais.

A doença é mais prevalente entre indivíduos acima de 50 anos, mas recentemente tem se tornado mais comum entre pessoas mais jovens, possivelmente devido a hábitos alimentares inadequados e ao consumo elevado de alimentos processados.

Com o intuito de aumentar o diagnóstico precoce e oferecer melhores perspectivas de tratamento e cura, a Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (SOBED) e a Sociedade Brasileira de Colonoscopia (SBCP) lançaram, em 2014, a campanha Março Azul.

O tema da campanha deste ano é "Chegou a hora de salvar sua vida", e o objetivo é conscientizar a população sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer colorretal.

Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), entre 2023 e 2025, o Brasil deve registrar cerca de 45 mil novos casos de câncer colorretal a cada ano, com uma taxa de incidência de 21 casos por 100 mil habitantes.

Estima-se que, desses novos casos, aproximadamente 21 mil ocorram em homens e 23 mil em mulheres. O câncer de intestino ocupa a terceira posição entre os tipos mais frequentes no país e é a segunda principal causa de morte por câncer.

As maiores taxas de incidência são observadas na região Sudeste, mas as regiões Sul e Centro-Oeste também apresentam altos índices.

Em 2020, o Brasil registrou mais de 21,3 mil óbitos por câncer colorretal, resultando em uma taxa de mortalidade de 11,67 por 100 mil habitantes, tanto em homens quanto em mulheres.

Renata Serafim Espindola, fisioterapeuta e professora de Fisioterapia na Estácio, destaca que o câncer colorretal pode ser assintomático nos estágios iniciais, o que dificulta seu diagnóstico precoce.

No entanto, à medida que a doença avança, alguns sintomas podem se manifestar, como diarreia ou prisão de ventre persistente, presença de sangue nas fezes, dor e desconforto abdominal, sensação de evacuação incompleta, cansaço, fadiga constante e anemia.

"O diagnóstico tardio reduz as chances de cura e aumenta os custos do tratamento. Por isso, a detecção precoce é a estratégia mais eficaz para salvar vidas e evitar gastos elevados com tratamentos invasivos", afirma Renata.

O risco de desenvolver o câncer de intestino pode ser aumentado por fatores genéticos, hábitos alimentares inadequados, sedentarismo, obesidade, tabagismo, consumo excessivo de álcool e doenças inflamatórias. O diagnóstico é realizado por meio de exames clínicos, laboratoriais e de imagem, como colonoscopia, exames de sangue e tomografia computadorizada.

A prevenção do câncer de intestino envolve a adoção de um estilo de vida mais saudável, com alimentação balanceada, prática regular de atividades físicas e a realização de exames regulares. Embora a doença tenha uma taxa de letalidade elevada, quando diagnosticada precocemente, há grandes chances de cura. Por isso, a realização de exames regulares, especialmente em pessoas com mais de 50 anos ou com fatores de risco, é fundamental.

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