Entregadores por aplicativo realizam protestos no Grande Recife nesta segunda-feira (31)
Mobilização integra movimento nacional do ‘Breque dos Apps 2025’ e visa exigir melhores condições de trabalho e melhor remuneração às plataformas

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Entregadores por aplicativos, como iFood, Rappi e Uber Eats, realizam protestos em pontos da Região Metropolitana do Recife na manhã desta segunda-feira (31). O ato faz parte do “Breque Nacional dos Apps 2025”, mobilização nacional da categoria para reivindicar melhores condições de trabalho.
Um dos protestos ocorreu na Avenida Agamenon Magalhães, no Recife, em um semáforo próximo ao Clube Português, ao lado da McDonald's. Os entregadores de aplicativo montaram uma barricada com bicicletas, que afetou do trânsito da região. Segundo a CTTU, a ocorrência foi finalizada por volta das 10h, com a consequente liberação da via.


Outro protesto acontece na Avenida Bernardo Vieira de Melo, no bairro de Piedade, em Jaboatão do Guararapes. Os manifestantes exibem faixas com reivindicações, montaram uma barricada com bicicletas e incendiaram pneus, bloqueando a passagem da via na altura do Cerpe, no sentido Boa Viagem.
Em nota, a Secretaria Executiva de Segurança Cidadã da Prefeitura do Jaboatão dos Guararapes informou que o ato provocou a interdição total da avenida. A Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros Militar foram acionados, enquanto Agentes de Trânsito providenciaram o desvio do fluxo de veículos pela Avenida Ayrton Senna. Até a última atualização desta reportagem, a pista segue interditada.
Entregadores de aplicativo fazem protesto em Piedade
Breque dos Apps 2025
O Presidente do Sindicato dos Trabalhadores, Empregados e Autônomos de Moto e Bicicleta por Aplicativo do Estado de Pernambuco (SEAMBAPE), Rodrigo Lopes, informou que também ocorrem mobilizações nos municípios de Olinda e Paulista, na RMR, nesta segunda.
Os atos integram o ‘Breque dos Apps’, paralisação nacional que conta com o apoio de entidades como a Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), a Aliança Nacional dos Entregadores por Aplicativos (Anea) e a Associação dos Motoboys, Motogirls e Entregadores de Juiz de Fora (Ammejuf).
“No Grande Recife, vários grupos estão se mobilizando, parando as vias para chamar a atenção da sociedade e do Poder Público para dizer que nós queremos mais respeito, melhores taxas e melhores condições de trabalho”, afirmou o presidente SEAMBAPE.
“Esses trabalhadores, que na pandemia eram vistos como heróis, hoje estão sendo cada vez mais sucateados e massacrados”, acrescentou.
Entre as principais reivindicações dos trabalhadores, estão:
- Aumento da taxa mínima para R$ 10,00;
- Reajuste do valor por quilômetro rodado para R$ 2,50;
- Limitação das rotas de bicicleta a um máximo de 3 km;
- Pagamento integral da taxa por entrega, sem redução em pedidos agrupados por empresas como iFood.
Além da realização de protestos, os apoiadores do movimento não realizam entregas neste dia. Rodrigo Lopes afirma também que nesta segunda-feira apresentou projetos de lei na Câmara dos Vereadores do Recife, a fim de buscar direitos para entregadores por aplicativos da cidade.
As propostas legislativas do SEAMBAPE, que estão em tramitação, determinam intervenções no trabalho realizado pelos entregadores, como proibir que trabalhadores subam até apartamentos para realizar entregas, exigir que haja pontos de apoio na cidade voltados para descanso, hidratação e recarga de aparelhos celulares, e obrigar que plataformas de entrega tenham escritório físico no município.
“Essas empresas tratam os trabalhadores como produtos descartáveis, ela bloqueia do jeito que quer, e a gente precisa proteger essas pessoas para que eles tenham direito de defesa e não sejam tratados como produtos descartáveis. Somos seres humanos, pais e mães de família que só querem trabalhar”, denunciou o presidente do SEAMBAPE.
Organizado nacionalmente, o 'Breque dos Apps' é uma paralisação que ocorre até a terça-feira (1). Segundo o SEAMBAPE, no Grande Recife, as ações vão continuar com a paralisação das entregas e com visitas às prefeituras de outras cidades da RMR. No entanto, não foi informado se ocorrerão novos protestos na região.