Comitê fiscaliza novo presídio no Curado após denúncias de maus-tratos a detentos
Após denúncias de violação de direitos humanos, comitê fiscaliza novo presídio no Recife; familiares relatam falta de água, comida e visitas

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Na manhã desta quinta-feira (10), membros do Comitê Estadual de Prevenção e Combate à Tortura (CEPCT-PE) e do Conselho da Comunidade da Capital realizaram uma fiscalização no presídio Policial Penal Leonardo Lago (PLL), no Complexo Prisional do Curado, Zona Oeste do Recife.
A visita foi motivada por uma série de denúncias feitas por organizações e familiares de detentos, que apontam violações de direitos humanos na unidade, inaugurada em dezembro de 2024.
A maioria dos presos transferidos para o PLL veio da Penitenciária Barreto Campelo, recentemente desativada pelo governo do estado. Os parentes relatam que o novo presídio ainda apresenta obras inacabadas, e que os detentos estariam sendo forçados a trabalhar nas construções internas.
Além disso, há queixas sobre alimentação inadequada, escassez de água, calor extremo nas celas e tempo reduzido para banho.
O presídio, entregue pelo governo com uma área construída de 9.537,33 m² e capacidade para 954 presos distribuídos em cinco pavilhões com 24 celas cada, vem sendo alvo de mobilização de familiares dos detentos.
Familiares cobram respostas
Do lado de fora da unidade, principalmente mulheres aguardam atualizações nas carteirinhas de visita, sem sucesso desde as transferências. Elas afirmam que não conseguem contato direto com os presos e dependem de informações obtidas por meio de advogados.
Em transmissão ao vivo da TV Jornal, o repórter Rodrigo de Luna acompanhou a movimentação em frente ao presídio e ouviu familiares, que expressaram indignação com a situação. “Os presos não comem bem, não tomam água. São cinco minutos de banho para oito presos, isso não é justo”, denunciou a companheira de um detento. “Os presos têm que escolher entre beber água e tomar banho”, relatou outra mulher.
Além do sofrimento físico e da violação de direitos, as famílias também demonstram angústia com a falta de respostas do sistema penitenciário. “Eles erraram, estão pagando pelos erros deles, mas são gente, não são bicho”, disse uma das mulheres, pedindo dignidade e a possibilidade de realizar visitas aos seus entes.
Em nota enviada à TV Jornal, a Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização (SEAP) informou que aguarda o relatório das instituições participantes da inspeção, mas não deu maiores esclarecimentos sobre o assunto.
Confira a reportagem completa no TV Jornal Meio-Dia: