Exclusiva: Ambulante de Noronha que teve a perna amputada, concede entrevista para TV Jornal e conta sobre plano de adquirir perna mecânica
Jovem baleado busca recomeçar a vida fazendo uso de uma prótese. Delegado investigado alega legítima defesa. Polícia ainda investiga o caso

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Emmanuel Apory, o ambulante baleado na perna, na Ilha de Fernando de Noronha, em Pernambuco, recebeu alta médica após a amputação da perna direita. Ele conheceu uma clínica de próteses, no Recife, acompanhado de uma equipe da TV Jornal, descobrindo os diferentes modelos e funcionalidades e revelando o desejo de recomeçar a vida fazendo uso de um dos equipamentos.
"Essa visita me traz bastante esperança. Pude conhecer um pouco mais sobre as próteses, qual se adequa mais ao modelo da minha perna", afirma Emmanuel, que busca uma prótese que seja adaptável à água, visto que continuará a morar em Noronha.
"O que eu quero é viver o mais perto da vida que eu tinha. Sei que vou ter minhas limitações mas o que eu quero é viver bem, com qualidade de vida", disse.
Emmanuel ainda não conseguiu testar as próteses, pois ainda está com os pontos da cirurgia de amputação, acima do joelho.
ALTO CUSTO
Apesar de ter escolhido um dos modelos, o ambulante não está trabalhando no momento e não sabe se conseguirá pagar, vide o valor alto de uma prótese.
"A ajuda do pessoal é fundamental para mim, porque eu não sei nem como eu vou conseguir arcar com um custo desse", contou.
Ele se movimenta com o auxílio de muletas e está ansioso para retomar suas atividades.
Conversei com muitos paratletas e foi uma oportunidade. Algo que eu nunca imaginei", disse o ambulante.
"Sempre gostei de esportes e sempre me identifiquei como atleta, mas ver que eu posso ser um atleta paraolímpico, representar o Brasil, representar Fernando de Noronha, o lugar de onde eu vim, me dá um orgulho em relação a tudo isso que está acontecendo", afirmou.
CERTEZA DE INOCÊNCIA
Quando questionado sobre o ato de violência sofrido, logo após um desentendimento com o delegado Luiz Alberto Braga de Queiroz, que atirou, em sua perna, Apory se mostrou tranquilo e negou ter feito algo de errado contra o delegado ou sua companheira.
"Em relação a isso, eu pelo menos posso deitar no travesseiro com minha cabeça tranquila e dormir o sono dos justos, porque eu sei que em nenhum momento eu fiz nada para ele", contou.
"Nem sabia que ele era delegado. Em nenhum momento desrespeitei ele, nem desrespeitei ela (companheira). Em nenhum momento", afirmou o jovem.
RELEMBRE O CASO
No dia 5 de maio, no Forte dos Remédios, em Fernando de Noronha, o delegado Luiz Alberto Braga se envolveu em uma briga e baleou Emmanuel Pedro Gonçalves Apory, de 25 anos,na perna direita.
De acordo com testemunhas, a confusão começou após uma discussão entre o delegado e sua esposa durante uma festa. Momentos depois, ele teria abordado de forma agressiva Emmanuel, com quem ela conversava.
Câmeras de segurança registraram o início da discussão, que evoluiu para uma luta corporal. Durante o confronto, o delegado atirou contra o ambulante. A defesa alega que o ato foi em legítima defesa
O caso é investigado pela Polícia Civil de Pernambuco e pela Corregedoria da SDS, que afastou o policial.