Caso Miguel: família e representantes de movimentos sociais se reuniram em frente ao prédio onde Miguel caiu
Nesta segunda-feira (2), fazem 5 anos desde que o menino Miguel, apenas 5 anos na época, foi abandonado em um elevador e morreu após cair do 9° andar

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Familiares de Miguel e representantes de movimentos sociais, nesta segunda-feira (2), se reuniram em frente ao prédio de luxo, no Centro do Recife, onde o menino caiu há cinco anos atrás.
O grupo seguiu em uma passeata até o Tribunal de Justiça de Pernambuco, onde pediam justiça pelo menino Miguel.
"Cinco anos sem Miguel, cinco anos da partida dele e cinco anos sem justiça. A mulher que cometeu um crime contra meu filho está aí em cima (aponta para prédio) vivendo a vida dela como se nada tivesse acontecido", afirmou Mirtes, mãe de Miguel.
"E hoje a gente está aqui não só para marcar os cinco anos da passagem de Miguel, mas também cobrar do Tribunal de Justiça de Pernambuco celeridade com relação ao caso dele. Mais de um ano e meio da sentença que acabou reduzindo a pena dela e Sarí ainda está solta", completou.
Mirtes também falou sobre Sarí ainda estar solta.
"A gente vai até o final, até que Sarí Corte Real seja presa. Porque não basta a condenação, tem que haver a prisão dela também. Para ela toda essa morosidade do judiciário está muito confortável", afirmou.
"Viajando de avião para cima e para baixo, passeando dentro de shopping e fazendo faculdade. Me diz qual é o criminoso que faz isso?", concluiu Mirtes.
Relembre o caso
O menino Miguel tinha 5 anos de idade quando caiu 9° andar de um edifício de luxo na região central do Recife. A mãe de Miguel trabalhava como empregada doméstica na época e precisou levá-lo para a casa da patroa, pois não tinha com quem deixar.
Mirtes, mãe de Miguel, precisou sair para levar os cachorros da patroa para passear e deixou a criança com a patroa.
Através de imagens do circuito de segurança, é possível ver o momento que Sarí, patroa de Mirtes, entra no elevador com a criança, aperta alguns botões e depois sai, deixando Miguel sozinho.
Miguel chegou ao Hall de serviços, no 9° andar, e caiu de uma altura de 35 metros.
Sarí foi condenada a 8 anos de prisão em 2022 pelo crime de abandono de incapaz com resultado de morte. No ano seguinte, foi concedida a redução de pena para 7 anos.
A equipe de advogados da família de Miguel entrou com recursos e aguardam a resposta da justiça.
"Juntamos, agora a pouco, uma petição, reiterando um pedido chamado Embargos e Declaração. Foi aberto o prazo para que a defesa de Sarí também juntasse os embargos e assim foi feito. E agora a gente soube que foi distribuído, pela Central de Recursos, no âmbito do Segundo Grau, para uma procuradora", afirma Marília falcão, advogada da família.
"No âmbito do Ministério Público hoje o processo está com a procuradora, ela tem o prazo até 10 de junho para se pronunciar, ou dando ciência desse acordo ou juntando os embargos de declaração com o parecer do Ministério Público, o que a gente espera que seja no sentido da justa responsabilização criminal", concluiu.
A vó de Miguel conta que somente após a solução do caso, ela e a filha poderão descansar.
"É um sentimento de dor intensa e estou aqui pedindo justiça por Miguel, para que nós possamos, em algum momento, ter paz e ele também poder descansar", afirmou Marta, vó de Miguel.