Doenças respiratórias: mães denunciam falta de UTI pediátrica na rede de saúde pública de Pernambuco

Uma das mães, que está com o filho de apenas um mês internado há 5 dias na Policlínica Amaury Coutinho, conta que a criança chegou com baixa saturação

Publicado em 19/06/2025 às 22:15
Google News

Clique aqui e escute a matéria

Diversas mães denunciam a falta de leitos de UTIs para crianças com Síndrome Respiratória Aguda Grave no estado de Pernambuco. Até o momento, 88 crianças aguardam por um leito.

Algumas dessas crianças, que correm risco de vida, estão internadas na Policlínica Amaury Coutinho, na Campina do Barreto, onde uma das mães, com um bebê de um mês, conta que a criança está com a saturação baixa.

"A criança tá numa situação que nem pode ficar fora do balão de oxigênio. E eles vendo uma situação dessas, não procura fazer nada", contou uma mãe através de um vídeo divulgado nas redes.

"Achou uma vaga para o menino, disse que com 28 dias ele ia ficar, quando foi no outro dia, disse que ele tina perdido a vaga. Não sei como foi essa história. Resumindo, a criança tá aqui, vai esperar o que? Ele morrer?", concluiu no vídeo.

A mulher, que chegou a Policlínica há cinco dias, conta que até o momento o bebê aguarda pela transferência.

"Não é só eu, tem mais quatro crianças lá dentro, também no balão de oxigênio, esperando por essa vaga. Tô aqui há cinco dias na luta", afirmou.

A mãe afirma que está desesperada e teme que seu bebê piore.

"No raio-x agora já tá acusando que ele tá com uma infecção no pulmão, aí já é outra situação. De uma coisa já foi para outra. Continua no balão de oxigênio e agora entrou para fazer o antibiótico", disse a mãe.

"Todos os dias eu olho, vejo a situação dele e é triste. Não só dele como de todos os bebês que estão ali, porque eu fico vendo a hora de acontecer outras coisas", contou.

Outra mulher, que está na policlínica com a filha de três anos, conta que a criança, que chegou com cansaço também precisa de uma transferência.

"Minha filha chegou cansada, com bronquiolite, e eu tô vendo o quadro da minha filha piorando mais. Tiraram minha filha do aparelho, a manutenção dela baixa, e eu não sei mais o que faço não. Eu quero uma UTI para minha filha", disse a mãe.

"Os médico tão dizendo que tem que esperar. Esperar o que? Vai esperar as crianças morrer ou se agravar mais, é?", concluiu.

Em nota, a Secretaria de Saúde de Pernambuco afirma que a fila por um leito de UTI Pediátrica é dinâmica, sendo bastante volátil.

Além disso, a nota também frisa que as crianças internadas contam com suporte multiprofissional nas unidades de saúde.

Saiba como se inscrever na newsletter JC

Tags

Autor