Crise na pediatria: Bebês necessitam urgentemente de leitos de UTI

Anny e Roseline, mães de crianças necessitadas de UTIs, enfrentam desespero na Policlínica Mauri Coutinho, no Recife. Bebês com problema respiratório

Publicado em 20/06/2025 às 20:36 | Atualizado em 21/06/2025 às 22:33
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Mães em desespero em policlínica cobram vaga em UTI

Anny e Roseline não se conhecem, mas ambas vivem o mesmo pesadelo. Suas crianças aguardam por uma vaga de UTI em uma Policlínica superlotada, em meio a uma crise de saúde.

Um bebê com bronquiolite e uma menina cansada

Anny, mãe de um bebê de apenas um mês diagnosticado com bronquiolite, chegou há cinco dias na Policlínica. "A criança tá numa situação que nem pode ficar fora do balão de oxigênio."

Ela relata que prometeram uma vaga de UTI para seu filho por 28 dias, mas no dia seguinte essa esperança foi derrubada: "Ele tinha perdido a vaga, não sei como foi essa história".

Roseline também está exausta e desesperada. Sua filha de três anos, que chegou cansada e está piorando, também precisa ser transferida urgentemente. "Eu quero uma UTI pra minha filha", implora. Ambas as mães estão alarmadas com a situação das outras crianças que também estão em estado crítico.

Demora para transferência e agravamento dos quadros

A demora em conseguir um leito de UTI não afetou apenas a perspectiva das mães, mas também o estado de saúde de seus filhos.

Anny relata que seu filho agora também enfrenta uma infecção no pulmão. Foi necessário iniciar o tratamento com antibióticos para conter o novo problema.

"Ele continuando no balão de oxigênio. Todos os dias eu olho e vejo a situação dele e é triste. Porque não só dele, de todos os bebês que estão ali. Porque eu fico vendo a hora acontecer outras coisas", desabafa Anny.

Já Roseline observa o quadro de sua filha se agravando. Ela relata que, se a criança é retirada do aparelho de suporte respiratório, a oxigenação dela cai, o que torna a demanda por uma UTI ainda mais urgente.

Um clamor por ajuda

As mães temem pelo pior e pedem urgentemente por ajuda. "Eu não sei o que eu faço mais, não", lamenta Roseline. O desespero é compartilhado por Anny, que aponta a necessidade não só de seus filhos, mas de todas as crianças na mesma situação. "Tô aqui há cinco dias na luta", declara.

Confrontadas com uma espera insuportável, elas se perguntam: "Esperar o quê? Vai esperar as crianças morrerem, se agravar mais, hein?"

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