crime sexual

PM reformado é preso suspeito de estuprar três crianças e tenta convencer pai a tirar queixa

Roberto Emídio Pereira era amigo do pai das crianças e disse estar 'desesperado' com condenação. Vítimas são três irmãos, sendo 1 menino e 2 meninas.

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Rodrigo Fernandes

Publicado em 17/06/2024 às 10:22 | Atualizado em 17/06/2024 às 10:36
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O policial militar reformado Roberto Emídio Pereira, de 52 anos, foi preso na última quarta-feira (12) suspeito de ter estuprado três crianças de uma mesma família, sendo um menino e duas meninas, todos filhos de um amigo dele. Os crimes aconteceram em Brasília e em Goiás.

O suspeito estava foragido desde agosto de 2023 e foi preso no apartamento do filho, no bairro Jardim Brasília, em Uberlândia, em Minas Gerais.

De acordo com a Polícia Federal, o homem era considerado de alta periculosidade. Segundo contou o g1, ele estava sozinho no imóvel no momento da prisão e foi levado para um batalhão da PM em Uberlândia.

"Segundo as investigações, o homem se aproveitava da confiança dos familiares das vítimas para a prática dos crimes", diz uma nota da Polícia Federal.

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Roberto atuou como sargento da Polícia Militar de Minas Gerais e tinha dois mandados de prisão em aberto por estupro de vulnerável. A prisão dele foi feita com apoio da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (Ficco) e do Grupo de Capturas da Polícia Federal.

O advogado de defesa dele, Deiber Magalhaes Silva, disse que há um recurso junto ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) pedindo a revogação dos mandados.

Os crimes

O pai das crianças, que não será identificado, era amigo de Roberto desde 1991, quando os dois serviram juntos no serviço militar obrigatório do Distrito Federal. Ele contou que o suspeito se mostrava muito religioso e frequentava uma igreja evangélica em Uberlândia.

Um dos crimes teria ocorrido em fevereiro do ano passado, durante uma viagem que a família fez com o amigo para a cidade de Caldas Novas, em Goiás. O suspeito ficou hospedado no mesmo apartamento da família.

Uma das vítimas, um menino de 10 anos, dormia no sofá da sala e Roberto, no sofá-cama. Em depoimento à polícia, a criança relatou que sentiu o "tio Roberto" deitar ao lado dele, abaixar o short e cometer o abuso. O menino contou que após o ocorrido precisou ir ao banheiro se limpar diversas vezes devido a um líquido nas nádegas.

Após o depoimento da criança, a filha mais velha do casal, de 17 anos, afirmou que era abusada por Roberto desde os 10 anos de idade. Em seguida, a outra filha, de 14 anos, também contou ter sido abusada algumas vezes pelo policial reformado. 

'Desesperado'

Ainda segundo o g1, o militar tentou convencer o pai das crianças a retira a queixa. Em prints de conversas obtidos pela reportagem, ele confessou ter abusado das crianças, mas tentou amenizar o crime que cometeu.

"Sei que fiz merda grande, mas não machuquei o [nome da criança]. [...] Eu não sou esse monstro babaca não", afirmou Roberto Emídio Pereira.

Em outro momento da conversa, ele afirmou estar com medo da pena que receberá, caso seja condenado, e afirmou que poderá morrer na prisão.

"Se for a julgamento eu não vou mentir e a pena é pesada para policiais. Risco até de morrer na cela. Tô desesperado aqui. Foi muita inconsequência minha e loucura. Por favor, tira a queixa e vamos negociar", diz ele, afirmando que poderá dar retorno financeiro ao pai das crianças.

"Vocês vão precisar de apoio psicológico e financeiro. Não estou comprando a honra de sua família. Estou tentando achar uma pena que a justiça não vai dar", escreveu o suspeito.

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