Pastor causa polêmica ao associar o autismo a 'visita do diabo no ventre'
Após a repercussão da fala, o pastor recorreu às redes sociais em outro vídeo para se desculpar. "Fui muito infeliz ao fazer essa colocação", declarou
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Um pastor da Assembleia de Deus, Washington Almeida, gerou intensa controvérsia nas redes sociais ao afirmar que o Transtorno do Espectro Autista (TEA) seria resultado de uma "visita do diabo no ventre" da mãe durante a gravidez.
O episódio aconteceu durante uma pregação na sexta-feira (12) na igreja, em Tucuruí (PA), em um vídeo que viralizou nas redes sociais, o pastor foi registrado dizendo:
"Em cada 100 crianças que nasce, nós temos um percentual gigantesco de pessoas em ventres visitadas e manipuladas pela escuridão. As crianças hoje, a cada 100, nós temos 30 de autistas, em vários graus''.
As declarações, consideradas preconceituosas e capacitistas, provocaram indignação generalizada nas redes sociais. Muitos usuários manifestaram repúdio e exigiram responsabilização legal pelas falas do líder religioso.
Diante da repercussão negativa, o pastor Washington Almeida publicou um vídeo na noite de terça-feira (16) se desculpando pelas suas declarações.
"Estou aqui para me retratar de uma fala enquanto eu ministrava, quero me retratar com os autistas, com os pais de crianças autistas. Fui muito infeliz quando fiz essa colocação e esse não é o meu caráter, meu perfil. Jamais no meu coração passam coisas dessa natureza. Naquele calor da mensagem, falei algo que não podia dizer, não devia falar", afirmou.
O Transtorno do Espectro Autista é reconhecido como um distúrbio do neurodesenvolvimento, conforme esclarece a legislação vigente (Lei 12.764/2012, Lei Berenice Piana).
Não se trata de uma doença, mas de uma condição permanente que interfere nas funções de comunicação, linguagem, interação social e comportamento.
O Ministério da Saúde define o TEA como "um distúrbio caracterizado pela alteração das funções do neurodesenvolvimento."