Cocaína nos tubarões: polícia afirma que droga não é produzida no Rio

Essa descoberta contradiz um estudo da Fiocruz que sugere que a contaminação de tubarões com a droga acontece por refinarias clandestinas na região

Publicado em 24/07/2024 às 7:36 | Atualizado em 24/07/2024 às 10:33

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Investigações da Polícia Civil do Rio de Janeiro indicam que a cocaína encontrada nos tubarões na costa do estado não é produzida localmente.

Essa informação contradiz um estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) que sugere que a contaminação de tubarões com a droga acontece por refinarias clandestinas na região.

 Reprodução: LAPSA/IOC/FIOCRUZ

Imagem do tubarão contaminado com cocaína - Reprodução: LAPSA/IOC/FIOCRUZ

Segundo a polícia, o tráfico de cocaína é importado de outros estados e está sob constante monitoramento pela Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), com apoio da Subsecretaria de Inteligência (Ssinte).

Entretanto, um estudo recente detectou cocaína em 13 tubarões da espécie Rhizoprionodon lalandii, coletados no bairro do Recreio dos Bandeirantes, Rio de Janeiro, entre setembro de 2021 e agosto de 2023.

A pesquisa sugere que a contaminação dos tubarões ocorre devido ao descarte de cocaína por refinarias clandestinas no Canal de Sernambetiba, que deságua no oceano.

Essa cocaína, advinda de laboratórios clandestinos de refino, provavelmente é eliminada no esgoto e chega ao mar, afetando a vida marinha, incluindo os tubarões.

A pesquisa identificou altas concentrações de benzoilecgonina, um metabólito da cocaína, nos tubarões analisados.

A concentração média de cocaína nos tubarões foi encontrada como sendo três vezes maior do que a concentração do metabólito nos fígados e músculos de outros peixes estudados na região.

O estudo, publicado na revista científica Science of The Total Environment, contou com colaboração de cientistas da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

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