2 pessoas são indiciadas pela morte do menino eletrocutado em Academia no Recife
Duas pessoas foram indiciadas por homicídio culposo. O caso aconteceu enquanto o menino brincava em uma academia ao ar livre na Zona Oeste do Recife
Clique aqui e escute a matéria
Após um mês de investigações, a Polícia Civil de Pernambuco finalizou o inquérito sobre a morte de Thomas Felipe Bandeira da Rocha, um menino de 10 anos que sofreu um choque elétrico enquanto brincava em uma academia ao ar livre no bairro Engenho do Meio, na Zona Oeste do Recife.
Duas pessoas foram indiciadas por homicídio culposo: um microempreendedor individual responsável pela manutenção da academia, contratado pelo Instituto de Gestão de Esporte e Cultura (Igec), e o eletricista que ele havia chamado para o serviço. As informações foram divulgadas pela Polícia Civil na quinta-feira, dia 31.
O delegado João Gustavo Godoy, que liderou a investigação, revelou que a análise das normas técnicas relacionadas à instalação elétrica evidenciou uma conexão direta entre a negligência dos responsáveis e o acidente fatal.
“Constatamos uma relação clara entre as ações deles, a maneira como a ligação foi realizada e o evento que resultou na morte do menor”, explicou Godoy.
O laudo técnico indicou que o sistema elétrico que causou a descarga era extremamente falho, apresentando problemas como a falta de aterramento e fios desencapados, situações que a família de Thomas já havia apontado desde o início das apurações.
Após a conclusão do inquérito, a mãe de Thomas, Tássia Bandeira, fez um apelo emocionado à população e às autoridades, solicitando uma fiscalização mais rigorosa nas áreas públicas. “Eu sei que não foi intencional, mas a pessoa assumiu o risco. Se já sabe que está errado, por que continua? Peço à Prefeitura que verifique os postes e as instalações nas praças”, declarou, visivelmente abalada.
Apesar do indiciamento por homicídio culposo, o advogado da família, Clevison Bezerra, questionou a classificação do crime, argumentando que o caso deveria ser tratado como homicídio com dolo eventual. Ele enfatizou que, embora não houvesse intenção de matar, os responsáveis agiram de forma imprudente, assumindo o risco de causar um resultado trágico.
“Houve quatro vítimas: uma fatal e três com ferimentos leves. Essa situação não pode ser simplesmente classificada como homicídio culposo. A instalação estava em um espaço público, acessível a muitas pessoas, tornando previsível que um acidente pudesse ocorrer”, destacou Bezerra.