Adeus, gotinha! Vacina contra a poliomielite passa a ser totalmente injetável

A mudança no esquema vacinal torna-se definitiva a partir desta segunda-feira (4). O personagem Zé Gotinha continuará promovendo a vacinação

Publicado em 04/11/2024 às 16:15

Clique aqui e escute a matéria

O Ministério da Saúde anunciou uma importante atualização no esquema de vacinação contra a poliomielite. A partir desta segunda-feira (4), todas as doses serão administradas por via injetável, utilizando a vacina inativada poliomielite (VIP).

Essa mudança, alinhada com as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e respaldada por estudos científicos, visa otimizar a proteção contra a doença e evitar possíveis riscos associados à vacina oral.

A decisão de substituir a vacina oral pela injetável foi tomada após ampla discussão com especialistas, gestores de saúde e representantes de sociedades científicas.

A vacina oral, embora tenha sido fundamental para a erradicação da poliomielite no Brasil, apresenta o risco de que o vírus da vacina sofra mutações e cause a doença em pessoas não vacinadas.

Veja como fica o novo esquema vacinal?

  • 2 meses: 1ª dose;
  • 4 meses: 2ª dose;
  • 6 meses: 3ª dose;
  • 15 meses: Reforço.

Por que essa mudança?

 

De acordo com o Ministério da Saúde, a decisão foi fundamentada em critérios epidemiológicos, evidências científicas sobre a vacina e recomendações internacionais, com o objetivo de tornar o esquema vacinal ainda mais seguro.

Em entrevista à CNN Brasil, Alfredo Gilio, Coordenador da Clínica de Imunização do Hospital Israelita Albert Einstein, afirmou que a substituição da vacina em gota pela versão injetável oferecerá benefícios para pessoas com sistema imunológico comprometido, além de reduzir o risco de contaminação por uma "variante vacinal" do vírus.

“Quando usamos a vacina oral de vírus vivo, ele é excretado nas fezes. Em um país como o Brasil, com baixa taxa de saneamento, esse vírus pode ser esparramado na comunidade”, acrescenta. “O vírus vivo no meio ambiente gera o risco de se transformar e formar o poliovírus derivado vacinal, que pode ser patogênico. Existe até um descritivo disso em outros países. Mas, no Brasil, ainda é um risco teórico”, explicou.

Mesmo com a mudança, o Ministério da Saúde ressalta que o Zé Gotinha continuará sendo um importante personagem na campanha de vacinação, agora com o foco na vacina injetável.

Tags

Autor