Fundação Altino Ventura alerta sobre os riscos das armas de gel e registra aumento de lesões oculares

Os lançadores de gel surgiram no Brasil, no Rio de Janeiro e em São Paulo, mas se espalharam rapidamente pelo Brasil e virando febre entre os jovens

Publicado em 05/12/2024 às 9:01
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A popularidade das armas de plástico que disparam bolinhas de gel tem crescido rapidamente no Brasil, especialmente entre jovens e adolescentes.

Apesar de inicialmente vistas como uma brincadeira inofensiva, os impactos dessa prática têm gerado sérias preocupações, principalmente em relação à saúde ocular.

Nos últimos dias, a emergência da Unidade da Fundação Altino Ventura (FAV), localizada na Boa Vista, tem registrado um aumento alarmante no número de pacientes com lesões nos olhos causadas por esses dispositivos.

As balas de gel, feitas de polímero superabsorvente, podem causar ferimentos graves ao atingir regiões sensíveis, como os olhos, e em casos mais extremos, levar à perda de visão.

A médica oftalmologista Dra. Camila Moraes, vice-coordenadora do Departamento de Cirurgia Refrativa da FAV, alerta para os perigos dessas lesões.

"Desde a última sexta-feira (29 de novembro), a emergência da FAV começou a registrar atendimentos, principalmente de adolescentes, que sofreram traumas oculares devido às balas de gel. Entre os dias 30 de novembro e 3 de dezembro, atendemos 17 pacientes com a mesma queixa, apresentando sangramentos oculares, inflamação conjuntival e uveíte, que é uma inflamação do tecido vascular interno do olho. Essas lesões podem ser graves, com riscos de ruptura das camadas da retina e até descolamento da retina, o que pode resultar em cegueira irreversível", alertou.

A crescente popularidade desses brinquedos, com batalhas organizadas em espaços públicos e a comercialização amplamente disponível online, tem gerado uma maior preocupação, especialmente pela falta de regulamentação clara e pelo uso inadequado dos dispositivos.

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