Deputado apresenta projeto de lei que proíbe venda de armas de gel em Pernambuco

O projeto visa atualizar a Lei Estadual nº 12.098/2001, devido ao aumento de incidentes envolvendo as armas que representam risco à segurança pública

Publicado em 06/12/2024 às 11:01
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O deputado estadual Romero Albuquerque apresentou à Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) um Projeto de Lei que visa proibir a comercialização e o uso das chamadas “gel blasters” ou “armas de gel” no estado.

O projeto busca atualizar a Lei Estadual nº 12.098/2001, em resposta ao crescente número de incidentes envolvendo esses equipamentos, que têm se mostrado um risco à segurança pública.

As "armas de gel", que disparam balas feitas de polímero superabsorvente, têm sido apontadas por especialistas como responsáveis por ferimentos graves, especialmente lesões oculares que podem levar à cegueira.

Além disso, seu design, que imita armas reais, tem gerado confusão em situações de confronto, colocando em risco tanto os portadores quanto outras pessoas próximas.

O deputado Romero Albuquerque ressaltou a urgência da medida, citando o aumento alarmante no número de casos de ferimentos em Pernambuco.

Nos últimos dias, a emergência da Fundação Altino Ventura (FAV), localizada na Boa Vista, tem registrado uma elevação significativa no atendimento de pacientes com lesões oculares causadas pelas balas de gel.

A médica oftalmologista Dra. Camila Moraes, vice-coordenadora do Departamento de Cirurgia Refrativa da FAV, alertou para a gravidade das lesões causadas pelos dispositivos.

“Desde o dia 29 de novembro, a emergência da FAV tem registrado atendimentos, principalmente de adolescentes, que sofreram traumas oculares devido às balas de gel. Entre 30 de novembro e 3 de dezembro, atendemos 17 pacientes com sangramentos oculares, inflamação conjuntival e uveíte, que é uma inflamação do tecido vascular interno do olho. Essas lesões podem ser graves, com riscos de ruptura das camadas da retina e até descolamento, o que pode resultar em cegueira irreversível”, explicou.

A crescente popularidade das "armas de gel", com batalhas organizadas em espaços públicos e sua venda amplamente disponível online, tem gerado uma preocupação crescente, especialmente pela falta de regulamentação clara e pelo uso inadequado desses dispositivos.

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