Bolo envenenado: mulher é presa suspeita de matar 3 pessoas no Rio Grande do Sul
As vítimas eram parentes; o bolo foi consumido durante um café da tarde. Segundo a família, o bolo era uma tradição familiar
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Neste domingo (5), a Polícia Civil prendeu uma mulher suspeita de envolvimento no caso do bolo contaminado com arsênio, que resultou na morte de três pessoas em Torres, no Rio Grande do Sul.
A mulher, nora de Zeli dos Anjos, de 60 anos, responsável pelo preparo do bolo, teve a prisão temporária decretada por triplo homicídio duplamente qualificado e tripla tentativa de homicídio duplamente qualificada.
Ela foi conduzida à Delegacia de Polícia de Torres e está detida no Presídio Estadual Feminino de Torres.
Zeli dos Anjos segue internada na UTI em estado estável, e a criança de 10 anos que também consumiu o bolo foi liberada após receber alta na última sexta-feira.
No entanto, a tragédia começou no dia 23 de dezembro, quando sete pessoas da mesma família estavam reunidas em um café da tarde e começaram a passar mal. Zeli, que havia preparado o bolo em Arroio do Sal e levado para Torres, também foi hospitalizada.
Três vítimas fatais foram identificadas: Neuza Denize Silva dos Anjos, de 65 anos, Maida Berenice Flores da Silva, de 59 anos, irmãs de Zeli, e Tatiana Denize Silva dos Anjos, de 47 anos, filha de Neuza.
Amostras coletadas do Hospital Nossa Senhora dos Navegantes confirmaram a presença de arsênio na corrente sanguínea de três pacientes. O marido de Neuza, que não consumiu o bolo, não apresentou sintomas, assim como o marido de Maida, que, apesar de ser hospitalizado após comer o bolo, já teve alta.
A Polícia Civil já ouviu algumas pessoas no inquérito que investiga as mortes, e Zeli será ouvida quando estiver em melhores condições. A prisão da nora de Zeli aconteceu após o caso ser investigado e a suspeita ser ligada aos homicídios.
Durante a investigação, a Polícia Civil encontrou alimentos vencidos na residência onde o encontro ocorreu e enviou amostras desses produtos, assim como materiais biológicos das vítimas, ao Centro de Informações Toxicológicas (CIT), em Porto Alegre. Os corpos das vítimas fatais foram submetidos a necropsia no Instituto-Geral de Perícias (IGP).
A investigação segue em andamento, com a Polícia Civil aguardando os resultados das análises toxicológicas para identificar a substância responsável pela intoxicação e apurar possíveis falhas na manipulação dos alimentos.