Família denuncia negligência médica em hospital do Recife após morte de criança de 4 anos
A criança faleceu no dia 13 de dezembro, e os pais, apontam falhas graves no tratamento. A Polícia Civil investiga o caso
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Um caso de suposta negligência médica envolvendo o hospital Unimed Recife gerou indignação e levantou questionamentos sobre o atendimento prestado à menina Bruna Brito Barbosa de Araújo, de apenas 4 anos.
A criança faleceu no dia 13 de dezembro, e os pais, o vereador Josinaldo de Araújo Júnior, 37 anos, e a empresária Gabriella de Brito Silva, 36, apontam falhas graves no tratamento. A Polícia Civil investiga o caso.
Entenda o caso
De acordo com uma série de vídeos publicados nas redes sociais dos pais, Bruna foi levada ao hospital no dia 9 de dezembro, com sintomas de amigdalite, incluindo dor de garganta, mau hálito e inchaço no pescoço.
A médica que a atendeu prescreveu Benzetacil, um antibiótico injetável, mesmo após a família demonstrar receio devido ao recente uso de antibióticos pela criança. Apesar do tratamento, Bruna não melhorou.
Nos dias seguintes, os pais retornaram ao hospital diversas vezes, relatando piora no estado da filha. Em um dos atendimentos, ouviram respostas consideradas insensíveis. “Disseram que Benzetacil não era remédio para dor de cabeça e que demorava a fazer efeito”, contou p pai da criança.
Na quinta-feira (12), Bruna foi levada novamente ao hospital, já muito debilitada, sem conseguir comer ou beber água. A equipe médica prescreveu uma tomografia com contraste e sedação, mas o exame não pôde ser realizado devido a laringoespasmos apresentados pela menina.
A situação se agravou, e a criança precisou ser intubada para estabilização. Durante a transferência para a UTI, os pais relataram falta de preparo da equipe no local. Segundo os pais, Bruna teria sofrido uma queda ao ser transferida para a maca, o que teria contribuído para o desfecho fatal.
“Escutei um barulho forte e vi a enfermeira saindo nervosa, com sangue na roupa. Disseram que ela se extubou sozinha, mas como isso seria possível se estava sedada?”, questionou o pai. O hospital informou que a causa da morte foi hemorragia pulmonar.
Notas oficiais e investigação
Em nota, a Unimed Recife lamentou a morte de Bruna e garantiu que todos os protocolos de segurança e qualidade foram seguidos. A instituição declarou ainda que todas as informações foram disponibilizadas à família e às autoridades.
O Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe) recebeu uma denúncia da família e instaurou uma sindicância. A Polícia Civil também está conduzindo investigações, sob a responsabilidade da Delegacia de Polícia de Crimes contra Criança e Adolescente (DECCA).
O laudo do Instituto de Medicina Legal (IML) apontou hemorragia pulmonar como causa da morte, mas não identificou a origem do problema. A família contesta o resultado, apontando inconsistências no documento e possíveis indícios de queda registrados no prontuário médico.