Discriminação e Intolerância: o papel das Leis e da educação na construção de uma sociedade inclusiva

A legislação brasileira, com base na Constituição de 1988, combate esses problemas garantindo dignidade, igualdade e liberdade

Publicado em 17/01/2025 às 9:10
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A discriminação e a intolerância representam desafios significativos para a sociedade brasileira, comprometendo os princípios democráticos e os direitos fundamentais dos cidadãos.

A legislação nacional, respaldada pela Constituição Federal de 1988, busca combater esses problemas, com um conjunto robusto de leis que asseguram a dignidade, igualdade e liberdade para todos.

Exemplos dessa proteção legal incluem a Lei nº 7.716/1989, que tipifica crimes de preconceito racial, religioso e de origem nacional, e a Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/2006), que combate a violência de gênero.

O Estatuto da Igualdade Racial (Lei nº 12.288/2010) e o Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei nº 13.146/2015) reforçam a proteção a grupos vulneráveis, enquanto o Supremo Tribunal Federal (STF) avança ao equiparar os crimes de homofobia e transfobia ao racismo, ampliando a segurança jurídica para a comunidade LGBTQIAP+.

No entanto, o professor Antonio Loureiro, coordenador do curso de Direito da UniFBV Wyden, destaca que o problema não está na ausência de leis, mas na sua efetividade. "Enquanto abusos e violências forem minimizados, cenas de intolerância serão sempre comuns. Não pode haver tolerância para a intolerância", afirma.

Loureiro ressalta que a subnotificação de casos, a morosidade judicial e a falta de políticas públicas complementares dificultam o acesso à justiça. "Muitas vítimas não denunciam por medo ou desconfiança no sistema. O processo judicial muitas vezes revitimiza e desestimula a busca por reparação", complementa.

Na esfera digital, as lacunas na regulamentação dificultam o combate aos crimes virtuais, evidenciando a necessidade urgente de atualização das leis. Além disso, questões sensíveis, como a criminalização da transfobia, enfrentam resistência em setores conservadores, retardando mudanças no Código Penal. 

"A definição clara do limite entre liberdade de expressão e discurso de ódio é fundamental. Nenhum direito é absoluto, e a liberdade de expressão não pode ser usada para incitar o ódio, cujas consequências sociais são extremamente graves", alerta o professor.

O fortalecimento de delegacias especializadas e o treinamento de profissionais da justiça são essenciais para um enfrentamento mais eficaz da intolerância. Contudo, a educação é vista como a chave para a prevenção desse comportamento. Universidades e escolas desempenham um papel transformador, promovendo disciplinas sobre direitos humanos, campanhas de conscientização e projetos interdisciplinares. 

"A educação é essencial para prevenir a intolerância, promovendo valores como igualdade, respeito e empatia. As instituições educacionais devem fomentar um ambiente inclusivo e diverso, criando campanhas e incentivando a interação cultural", destaca Loureiro.

Por fim, o apoio socioemocional e pedagógico às vítimas também é crucial. Em paralelo, o Projeto de Lei nº 7582/2014, que propõe o Estatuto de Combate à Intolerância e ao Discurso de Ódio, visa avanços legislativos para enfrentar o problema. Esses esforços, aliados a uma educação inclusiva e à modernização das leis, são fundamentais para a construção de uma sociedade mais justa e respeitosa.

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