Pernambuco lança plano de enfrentamento das arboviroses 2025/2026
O aumento de casos de dengue no Sul, Sudeste e Centro-Oeste alertou Pernambuco, que registrou alta entre março e julho, seguida de estabilização
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O Estado de Pernambuco anunciou o Plano de Enfrentamento das Arboviroses 2025/2026, elaborado pela Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE). O documento traz um panorama detalhado do perfil epidemiológico das arboviroses, organização da rede de saúde e ações para prevenir e controlar possíveis epidemias.
Em 2024, o aumento de casos suspeitos de dengue no Sul, Sudeste e Centro-Oeste do país acendeu o alerta em Pernambuco. O Estado registrou alta de casos prováveis entre março e julho, mas, após investigações, os números se estabilizaram.
A dengue, presente no Estado desde 1987, já causou surtos marcantes, principalmente em 2015 e 2016, quando também houve a introdução de chikungunya e zika. Fatores como condições climáticas, saneamento inadequado e acúmulo de lixo contribuem para a proliferação do mosquito Aedes aegypti.
Em 2024, Pernambuco também enfrentou a chegada da Febre do Oropouche, arbovirose endêmica na Região Amazônica, transmitida pelo mosquito maruim (Culicoides paraensis). Casos registrados em 31 municípios revelaram novas preocupações, como a transmissão vertical e os impactos em gestantes.
Ações estratégicas
O plano estabelece diretrizes para ações integradas, com foco em vigilância epidemiológica, controle vetorial e mobilização social. A SES-PE enfatiza a importância de respostas proporcionais à gravidade dos cenários, com níveis de resposta:
- Resposta inicial (nível 1): Aumento de casos por quatro semanas consecutivas, positividade laboratorial entre 20% e 40%, e reintrodução de sorotipos.
- Alerta (nível 2): Incidência de dengue ou chikungunya acima do limite, necessidade de leitos, epidemias simultâneas e positividade acima de 40%.
- Emergência (nível 3): Casos persistentes acima da linha de controle, aumento de mortalidade e letalidade.
O plano também aborda arboviroses emergentes, como febre amarela e febre do Nilo Ocidental, ainda sem casos em Pernambuco.
Segundo Eduardo Bezerra, diretor geral de Vigilância Ambiental, o plano é essencial para guiar a atuação das equipes de saúde: "Ele traz uma análise crítica do cenário epidemiológico e organiza as fases de resposta. É um documento vivo, adaptável às novas demandas e fatos que possam surgir."
Com foco na prevenção, o Plano de Enfrentamento das Arboviroses 2025/2026 busca fortalecer o sistema de saúde e proteger a população pernambucana.