Câncer: estudo brasileiro avança em tratamento inovador para alívio da dor e recruta pacientes

Após resultados promissores na primeira fase, a pesquisa entra em uma nova etapa e está recrutando 52 voluntários de todo o país, incluindo Recife

Publicado em 24/01/2025 às 9:34
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Um estudo brasileiro liderado pela oncologista Mariane Fontes, da Oncoclínicas, está avançando na busca por um tratamento inovador para a neuropatia periférica, efeito colateral que atinge até 70% dos pacientes submetidos à quimioterapia.

Após resultados promissores na primeira fase, a pesquisa entra em uma nova etapa e está recrutando 52 voluntários de todo o país, incluindo avaliações em Recife.

O problema da neuropatia periférica

A neuropatia periférica é um dos efeitos adversos mais comuns da quimioterapia, levando à perda de sensibilidade e dor nas extremidades, como mãos e pés. Segundo a Dra. Mariane, cerca de 30% a 40% dos pacientes permanecem com os sintomas a longo prazo, comprometendo a qualidade de vida.

"Algumas pessoas não conseguem segurar um copo ou vestir uma roupa. Reduzir a dose ou interromper a quimioterapia, muitas vezes, é a única solução atualmente, mas isso prejudica o tratamento contra o câncer", destaca a médica.

Resultados preliminares e nova etapa

Na primeira fase do estudo, 24 pacientes foram tratados com a molécula PSP neuro serum, um creme tópico aplicado nas mãos. Entre os participantes que utilizavam o quimioterápico taxano, 64% apresentaram melhora significativa.

Agora, a nova fase da pesquisa foca exclusivamente nesse grupo, com participantes sendo randomizados entre o medicamento e um placebo para validar os resultados.

Reconhecimento internacional

Os dados preliminares foram apresentados no Congresso da Sociedade Europeia de Oncologia Médica (ESMO) em 2022, reforçando a relevância do estudo em nível global.

"Os resultados são animadores e podem transformar a qualidade de vida de muitos pacientes, especialmente porque atualmente não há opções terapêuticas eficazes contra a neuropatia periférica", afirma Mariane.

Como participar

Podem participar da pesquisa pacientes que utilizam taxano, independentemente de estarem em tratamento pelo SUS ou em clínicas particulares. É necessário ter 18 anos ou mais. Os voluntários passarão por um acompanhamento de um mês em uma das nove unidades participantes, com visitas presenciais em datas específicas.

Unidades de avaliação no Brasil

  • Recife (PE): Multihemo Oncoclínicas Ilha do Leite – Rua Senador José Henrique, 231.
  • Rio de Janeiro (RJ): Oncoclínicas Botafogo – Praia de Botafogo, 300.
  • São Paulo (SP): Oncoclínicas Faria Lima – Av. Brigadeiro Faria Lima, 4300.
  • Salvador (BA): Oncoclínicas Ondina – Av. Milton Santos, 123.
  • Belo Horizonte (MG): Cancer Center Oncoclínicas Dana Farber – Rua Roma, 561.
  • Uberlândia (MG): Oncoclínicas Uberlândia – Rua Anselmo Alves dos Santos, 900.
  • Ijuí (RS): ONCOSITE – Rua São Cristóvão, 618.
  • Vitória (ES): CECON Oncoclínicas – Rua Manoel Feu Subtil, 120.
  • João Pessoa (PB): Oncoclínicas CPO Paraíba – Av. Mato Grosso, 183.

O estudo busca oferecer uma nova esperança para pacientes enfrentando um dos mais debilitantes efeitos da quimioterapia, com o potencial de melhorar significativamente suas condições de vida.

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