Comerciante tem trailer de lanches destruído no Cabo de Santo Agostinho
Estabelecimento funcionava na Feirinha de Gaibu, onde comerciantes e moradores cobram policiamento e denunciam atuação de facções

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Um comerciante do Cabo de Santo Agostinho, na Região Metropolitana do Recife, viveu mais uma madrugada de prejuízo e medo. O trailer de lanches onde trabalha foi completamente destruído por um incêndio que, segundo ele, pode ter sido criminoso. O caso aconteceu na Feirinha de Gaibu, um ponto movimentado da cidade.
Imagens gravadas por moradores mostram as chamas consumindo rapidamente o quiosque durante a madrugada. Pela manhã, o cenário era de destruição: além dos eletrodomésticos e utensílios, como freezers, fornos e liquidificadores, todos os insumos utilizados na produção dos lanches foram perdidos. Um dos freezers, inclusive, havia sido adquirido há pouco mais de um mês.
O comerciante Edy de Jesus, proprietário do trailer, conta que foi acordado com uma ligação durante a madrugada informando sobre o fogo. “Quando eu cheguei aqui já eram 2 horas da manhã, o fogo já tinha sido controlado. Já é a segunda vez que acontece isso. A primeira foi no dia 21 de fevereiro. E agora, novamente, fui surpreendido com essa situação”, disse.
Dessa vez, um vigilante que atua na área afirmou ter visto dois homens correndo do local pouco antes do início das chamas, o que reforça a suspeita de que o incêndio tenha sido provocado. No primeiro ataque, há cerca de 45 dias, a perícia da Polícia Civil concluiu que o fogo foi criminoso. No entanto, ninguém foi preso, e a investigação ainda não foi concluída.
A situação tem gerado apreensão entre moradores e comerciantes da região. Muitos relatam um clima de medo constante, agravado pela falta de policiamento. Um núcleo da Polícia Militar que funcionava na praça de Gaibu foi desativado há cerca de dois anos, e desde então, casos de violência e incêndios suspeitos voltaram a preocupar os moradores.
“Essa comunidade vive aterrorizada porque a polícia fica muito inerte. São pessoas ligadas a facção. Pra que prejudicar um comerciante tão humilde? A marca deles é a maldade e a rapidez”, desabafou uma moradora que preferiu não se identificar em entrevista à TV Jornal.
Além do abalo emocional, o prejuízo financeiro é grande. Edy calcula que perdeu cerca de R$ 20 mil com o novo incêndio. Mesmo com medo, ele diz que pretende recomeçar, tanto para sustentar a própria família quanto para manter o emprego das duas funcionárias que o ajudam no dia a dia do negócio.