Caso Maria Clara: audiência entra no segundo dia com depoimentos dos réus

Acusado de matar jovem grávida com 11 tiros, é ex-namorado da vitima e policial militar. O processo pode levá-lo a júri popular

Publicado em 25/04/2025 às 8:14 | Atualizado em 25/04/2025 às 8:17
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*Com informações da reportagem de Juliana Oliveira

A segunda audiência sobre o assassinato da técnica de enfermagem Maria Clara Adolfo de Souza, de 21 anos, entra no segundo dia nesta sexta-feira (25), no Fórum Desembargador Henrique Capitulino, em Jaboatão dos Guararapes, Região Metropolitana do Recife.

O caso aconteceu em julho de 2024. O principal réu é João Gabriel Tenório Ferreira, soldado da Polícia Militar, apontado como autor dos 11 disparos que mataram Maria Clara em frente à residência onde ela vivia, no bairro de Socorro, em Jaboatão.

A jovem estava grávida de quatro meses no momento do assassinato.

Julgamento

Presentes à audiência, os familiares da vítima acompanham de perto cada etapa do processo. Segundo relatos, o clima é de dor e busca por justiça.

A mãe de Maria Clara, visivelmente emocionada, relatou à imprensa que o relacionamento entre a filha e o acusado era conturbado. “A partir do momento que ele soube que ela estava grávida, ele queria que ela tirasse”, disse à TV Jornal.

Réus prestam depoimento

Além de João Gabriel, também responde como réu um segundo homem, acusado de ser o piloto da motocicleta utilizada na fuga após o crime.

Ambos foram ouvidos pela juíza responsável, que deve decidir, ao fim da audiência, se o caso seguirá para julgamento em júri popular.

De acordo com o advogado de acusação, Sérgio Souza, há indícios claros de que o crime foi planejado. “Foi premeditado, ele viu todas as possibilidades de tirar a vida dela”, afirmou.

A acusação ainda menciona uma tentativa anterior de homicídio, por meio de envenenamento, supostamente praticada pelo policial.

Por outro lado, a defesa do réu nega qualquer envolvimento do João Tenório. “Ele não é culpado. É inocente”, declarou o advogado do PM. A linha da defesa sustenta que não há provas suficientes para responsabilizar o soldado pelo assassinato.

Relembre o caso

Na noite de 24 de julho de 2024, Maria Clara foi surpreendida por disparos logo após sair de casa. A jovem havia recebido um telefonema do então namorado, que alegou que enviaria dinheiro por meio de um conhecido.

Antes de sair, ela enviou um áudio à família informando sobre o encontro. Poucos minutos depois, foi assassinada com 11 tiros.

Segundo a investigação, os autores do crime levaram o celular da vítima — medida interpretada pela Polícia Civil como uma tentativa de dificultar as apurações.

O soldado João Gabriel não foi localizado imediatamente após o crime. Ele só se apresentou à polícia na manhã seguinte, na sede do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), no bairro do Cordeiro, Zona Oeste do Recife, acompanhado de uma advogada.

À época, negou envolvimento no caso e foi liberado após prestar depoimento. Posteriormente, com o avanço das investigações, foi preso.

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