OMS classifica talco como produto 'provavelmente cancerígeno'

Segundo especialistas, as pessoas mais expostas aos efeitos do talco são os trabalhadores que fazem extração, moagem e processamento do produto

Publicado em 08/07/2024 às 13:10 | Atualizado em 08/07/2024 às 13:11

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Em uma decisão que alerta milhares de consumidores, a Organização Mundial da Saúde (OMS), através da Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (Iarc), classificou na última sexta-feira (5) o talco como produto "provavelmente cancerígeno para humanos".

Nas conclusões, que foram publicadas na The Lancet Oncology, os especialistas afirmaram que há evidências de que o produto, que é facilmente encontrado nas prateleiras dos supermercados, pode ser responsável por desencadear câncer no ovário.

De acordo com o Iarc, os seres humanos mais expostos aos seus efeitos são os trabalhadores que fazem extração, moagem, fabricação de produtos com a substância ou processamento do talco.

Para a população em geral, a exposição ocorre através do uso de cosméticos principalmente na região perineal.

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A classificação do talco pela OMS pode ter um impacto significativo na indústria de cosméticos e produtos de higiene pessoal. Empresas fabricantes de produtos à base de talco podem precisar reformular seus produtos ou buscar alternativas mais seguras.

O potencial carcinogênico do talco não é uma descoberta recente. Desde os anos 1970, cientistas observaram frequentemente que os minerais utilizados na produção de talco frequentemente estão associados a minas de amianto, substância há muito tempo relacionada ao desenvolvimento de tumores.

A contaminação resultante é apontada como a principal causa de risco associado a esse produto.

A Johnson & Johnson, por exemplo, enfrentou múltiplos processos de consumidores que alegaram ter desenvolvido câncer devido ao uso de talco vendido pela empresa.

No entanto, o talco comercializado atualmente (teoricamente) não contém mais amianto. O Iarc explica que as avaliações foram realizadas apenas no talco, mas não é possível descartar completamente a possibilidade de contaminação por amianto.

 

 

“A matéria apresentada neste portal tem caráter informativo e não deve ser considerada como aconselhamento médico. Para obter informações fornecidas sobre qualquer condição médica, tratamento ou preocupação de saúde, é essencial consultar um médico especializado.”

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