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Polícia investiga desmatamento de área protegida e construção de pista de pouso irregular no Recife
Desmatamento teria causado morte de fauna e flora local. Pista seria usada para crimes e estaria em perímetro de segurança do Aeroporto dos Guararapes
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Uma operação da Polícia Civil de Pernambuco investiga um suposto desmatamento de área de proteção ambiental no bairro da Guabiraba, no Recife. No local, foi construída uma pista de pouso e decolagem de aeronaves e aeromodelos usados para fins ilícitos, segundo a corporação.
A Operação Ambiental Licet Semita foi deflagrada no dia 29 de junho, após a polícia receber uma denúncia anônima. As ações, porém, só foram divulgadas pela corporação na manhã desta terça-feira (9).
Segundo a polícia, o desmatamento e a construção da pista ocorreram em 2013, e podem ter causado a morte de animais e prejuízos à fauna e flora silvestre presentes na área.
A pista de pouso e decolagem possui 187 metros de extensão e 17 metros de largura, e foi construída dentro do perímetro de segurança aérea do Aeroporto dos Guararapes, gerando riscos para aeronaves comerciais que pousam no terminal, que fica no bairro da Imbiribeira, também no Recife.
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A área que teria sido desmatada fica próxima à Fazenda Mumbecas, no limite com o município de Paulista, no Grande Recife. No local, conforme mostram imagens divulgadas pela Polícia Civil, funciona o clube de aeromodelismo AeroTamboril e um kartódromo — uma pista de corrida de kart.
Pista de pouso e decolagem foi construída em área de proteção ambiental desmatada ilegalmente, segundo Polícia Civil - Divulgação/PF
O proprietário do clube foi autuado em três artigos da legislação de crimes ambientais, entre eles o despejo de dejetos em afluentes e a remoção de vegetação sem licença, segundo informou o secretário de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Recife, Oscar Barreto.
"Ele não licenciou nenhuma atividade na Secretaria de Meio Ambiente. Não existia, para a prefeitura, aquela empresa que existe lá", disse o secretário.
A perita Laura Pin, do Instituto do Criminalística (IC), afirmou que toda a área foi desmatada para receber, além da pista, a infraestrutura de suporte para o aeromobilismo, como locais para guardar equipamentos e estacionamento.
"De cara a gente pode ver a supressão vegetal. É uma área de mata atlântica, determinada como prioridade de conservação devido à riqueza biológica, onde há varias espécies de fauna e flora. E uso irregular da área também, pois tem ali dejetos, lixo, despejados de forma não regularizada", relatou a perita.
Pista de pouso e decolagem foi construída em área de proteção ambiental desmatada ilegalmente, segundo Polícia Civil - Divulgação/PCPE
Na abordagem da polícia, sete pessoas estavam no local. O delegado Ademar Cândido, da Delegacia de Polícia do Meio Ambiente (Depoma), informou que os visitantes ficaram assustados e, em depoimento, afirmaram não saber da irregularidade.
O proprietário do clube chegou ao local quando os agentes já estavam lá. A reportagem tentou contato com o empresário, mas não obteve sucesso.
Segundo o delegado, um inquérito foi instaurado e está em fase conclusiva. "Estamos esperando os laudos chegarem. Já chegou o da prefeitura e aguardo o do CPRH e do IC para finalizar, fazer o indiciamento e encaminhar para o Ministério Público", contou.
A Polícia Civil também revelou imagens de uma obra na área que teria sido desmatada, com um terreno de barro sendo preparado por maquinários pesados.
A ação foi realizada por meio da Delegacia de Polícia do Meio Ambiente (Depoma), com apoio da Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH), Secretaria do Meio Ambiente e Sustentabilidade, Companhia Independente de Policiamento do Meio Ambiente (Cipoma), Brigada Ambiental da prefeitura do Recife e Ministério Público Ambiental.
