Ex-Sargento condenado por abusos sexuais recebe pensão vitalícia enquanto cumpre pena

O ex-sargento, denunciado duas vezes e condenado a 20 anos de prisão, foi expulso das Forças Armadas. Sua esposa recebe uma pensão mensal de R$12.400

Publicado em 06/08/2024 às 7:47

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Família de um ex-sargento do Exército condenado por abuso sexual recebe pensão vitalícia de R$12.400 anuais do Exército.

O ex-sargento do Exército havia sido absolvido de acusações de estupro em 2003 pela Justiça Militar no Recife e foi novamente condenado por crimes semelhantes em 2011, desta vez pela Justiça Civil.

Franklin Veras de Araujo Junior, ex-professor da banda do Colégio Militar do Recife e posteriormente acusado de abusos sexuais de crianças em Porto Velho, recebeu uma sentença de 20 anos de prisão e foi expulso das Forças Armadas após a sentença transitar em julgado.

No entanto, a esposa de Franklin, Adriana Gomes Barbosa Veras, passou a receber uma pensão mensal e vitalícia de R$12.400  do Exército no mesmo ano em que ele iniciou o cumprimento da pena.

A pensão é um benefício concedido a familiares de ex-militares expulsos das Forças Armadas, inclusive aqueles condenados por crimes, baseando-se na categoria de “mortos fictos” para assegurar o pagamento.

Um levantamento realizado pelo UOL revelou que o Exército desembolsa anualmente R$19,7 milhões em pensões para parentes de militares expulsos.

O caso de Franklin Veras começou a ganhar notoriedade em 2003, quando um menino de 12 anos testemunhou sobre abusos sofridos no Colégio Militar do Recife.

O garoto relatou que o sargento o havia levado a um banheiro, trancado a porta e mostrado seu órgão genital, além de ter exibido pornografia e feito atos inapropriados.

Apesar das acusações e de depoimentos de outras vítimas, a Justiça Militar absolveu Franklin por falta de provas materiais, uma decisão que foi mantida pelo Superior Tribunal Militar em 2004.

Em 2011, Franklin foi novamente acusado, desta vez em Porto Velho, de abusar sexualmente de pelo menos cinco crianças e adolescentes que frequentavam um curso de música na Igreja Adventista Central.

A Justiça Civil considerou-o culpado e impôs a pena de 20 anos de prisão, além de sua expulsão do Exército.

Enquanto cumpria sua pena, Franklin e sua esposa se mudaram para São Luís, onde ele abriu uma microempresa de lavagem e estética automotiva, que foi encerrada no mesmo ano.

A esposa, Adriana, fundou uma nova empresa no mesmo setor em 2023, que permanece ativa..

A vítima, que denunciou o sargento em 2003, e seus familiares afirmaram ao UOL que consideram injusto que, apesar da condenação, Franklin ainda receba dinheiro público.

A vítima expressou que, se o ex-sargento tivesse sido punido adequadamente desde o início, outras vítimas poderiam ter sido poupadas do sofrimento.

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