65,8% da população de Pernambuco não tem acesso à rede de esgoto, aponta estudo
Segundo o levantamento, 65,8% da população do estado não tem acesso ao esgoto, e 10,3% dos pernambucanos não têm acesso à água
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Uma pesquisa realizada pela IFAT Brasil (Feira Internacional para Água, Esgoto, Drenagem e Soluções em Recuperação de Resíduos), em parceria com a Pezco Economics e a Resolux Company, revela desafios significativos para o saneamento básico em Pernambuco.
De acordo com o levantamento, 65,8% da população do estado não tem acesso à rede de esgoto, enquanto 10,3% dos pernambucanos não possuem acesso à rede de água.
O estudo também destaca problemas relacionados à infraestrutura, como a perda de água nas redes, que chega a 48,5%. Além disso, apenas 30,1% do esgoto gerado no estado é tratado, embora o percentual de esgoto coletado seja maior, atingindo 68,2%.
Outros dados do levantamento incluem a cobertura de pavimentação e meio-fio nas áreas urbanas, que é de 56,3%, e a cobertura de vias públicas com redes pluviais subterrâneas, que chega a apenas 13,6%. No que diz respeito à coleta de resíduos domiciliares, 87,3% das áreas urbanas estão atendidas.
O estudo se baseia em dados de Projetos de Parcerias Público-Privadas (PPP’s), planos de expansão de concessionárias e operadores de serviço, além de bancos modeladores e planos de financiamento.
Investimentos no Setor de Saneamento
No cenário nacional, o estudo revela que o Brasil deverá investir R$ 387 bilhões até 2040 em água e esgoto.
Embora o valor represente um avanço significativo em relação aos investimentos anteriores, ainda há um déficit em relação às necessidades para a universalização do saneamento até 2033.
A previsão é de que R$ 25 bilhões sejam aplicados anualmente nos próximos três anos, com investimentos em projetos já em andamento ou previstos.
A distribuição desses investimentos, no entanto, não será homogênea. O Sudeste e o Nordeste concentrarão mais de 71% dos recursos, com 41% destinados ao Sudeste e 37% ao Nordeste. As regiões Centro-Oeste e Norte receberão apenas 6% e 4%, respectivamente.
Renan Andreguetto, gerente da IFAT Brasil, explica que a diferença de distribuição de investimentos está ligada à densidade populacional e à governança regulatória das regiões.
A região Norte, por exemplo, apesar de ter mais habitantes do que o Centro-Oeste, possui uma taxa de crescimento populacional menor, o que impacta o volume de investimentos.
O marco regulatório e as perspectivas para o setor
Desde a sanção do marco regulatório do saneamento em 2020, o Brasil experimentou um aumento significativo nos investimentos no setor.
A emissão de debêntures incentivadas, que cresceram 50% entre 2015 e 2024, e o crescimento de consultas públicas e projetos de financiamento nos bancos modeladores, com alta superior a 30% nos últimos quatro anos, são indicativos do progresso no setor.
Além disso, 23 dos 26 estados brasileiros já têm a gestão de água e esgoto totalmente regionalizada, com exceção do Rio de Janeiro, Minas Gerais e Amapá.