Viroses no verão: como proteger as crianças e reconhecer sinais de alerta

Durante o verão, é comum observar um aumento nos casos de viroses, especialmente as associadas ao período de praia. O calor elevado favorece a propagação de vírus, que podem contaminar a água ou os alimentos, facilitando a proliferação de patógenos e, consequentemente, aumentando a incidência dessas doenças.

O público infantil é um dos mais afetados, visto que as crianças ficam mais expostas durante as aglomerações típicas das férias escolares. O Hospital das Clínicas da UFPE, vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), alerta para os cuidados necessários com os pequenos nesta época.

No caso de viroses, especialistas indicam que a melhor abordagem é o tratamento de suporte, que consiste em manter a criança hidratada e oferecer alimentação adequada ao seu estado clínico.

Caso haja febre, o uso de antitérmicos pode ser útil no controle da temperatura. Em situações mais graves, quando a criança não consegue ingerir líquidos ou medicamentos, é fundamental procurar assistência médica para administração intravenosa.

De acordo com Geórgia Lima de Paula, chefe da Assistência em Pediatria Clínica e Medicina do Adolescente do HC-UFPE, os vírus apresentam sazonalidade. “Os vírus respiratórios predominam no inverno, enquanto os gastrointestinais são mais comuns no verão. Embora seja raro que as viroses venham de água imprópria para banho, o maior risco nesta época está nas aglomerações”, alerta.

A pediatra ressalta que o aumento da população nas regiões litorâneas durante as férias de verão contribui para surtos de viroses, especialmente no pós-carnaval. “A alta densidade populacional nas áreas costeiras favorece a propagação das doenças”, observa.

Prevenção e Cuidados Essenciais

Para evitar viroses, a principal orientação é seguir as recomendações médicas. Geórgia de Paula destaca a importância de manter o cartão de vacinação atualizado, garantindo que as crianças recebam todas as vacinas recomendadas para sua faixa etária.

“Além disso, é fundamental evitar o contato com pessoas doentes, lavar as mãos com frequência, evitar aglomerações e, no caso das praias, tomar cuidados com a água e os alimentos consumidos”, afirma.

A pediatra observa que muitos casos de viroses são autolimitados, ou seja, desaparecem com o tempo, necessitando apenas de medidas de suporte como hidratação, alimentação adequada e repouso. Contudo, é importante evitar o uso de medicamentos como aspirina e anti-inflamatórios, pois podem agravar quadros de doenças como a dengue, comum nesse período.

Embora a maioria das viroses seja benigna, com as crianças geralmente ficando mais prostradas durante a febre, mas se recuperando entre os episódios, alguns sinais exigem atenção especial.

Se a criança apresentar sonolência excessiva, ficar muito hipoativa, vomitar várias vezes seguidas, ter episódios recorrentes de diarreia, ou se houver diminuição da diurese (quantidade de urina), é essencial procurar atendimento médico imediato.