Morte de ex-sinhazinha do Boi Garantido: overdose de cetamina e grupo religioso sob investigação
A polícia continua investigando o caso; entenda envolvimento da família de Djidja Cardoso na sua morte

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A morte da ex-sinhazinha do Boi Garantido, Djidja Cardoso, na última terça-feira (28), ainda repercute em Manaus. A Polícia Civil investiga se a causa da morte foi uma overdose de cetamina, droga utilizada durante rituais de um grupo religioso liderado pela família da vítima.
O delegado Danniel Antony, responsável pelo caso, acredita que Djidja possa ter sofrido uma overdose da droga durante um ritual do grupo "Pai, Mãe, Vida".
A cetamina, um anestésico de uso humano e veterinário, se tornou uma droga ilícita na década de 1980 e seus efeitos podem ser fatais em caso de uso indevido.
Prisões e apreensões
Após a morte de Djidja, a Justiça do Amazonas expediu cinco mandados de prisão preventiva. Quatro membros do grupo religioso foram presos:
- Cleusimar Cardoso (53 anos), mãe de Djidja: encontrada com duas ampolas de cetamina escondidas nas partes íntimas durante revista na delegacia.
- Ademar Cardoso (29 anos), irmão de Djidja: preso no momento em que deixava a casa onde a vítima foi encontrada morta.
- Verônica da Costa (30 anos), gerente da rede de salões de beleza "Belle Femme" da família: presa no momento em que deixava a casa onde a vítima foi encontrada morta.
- Claudiele Santos da Silva (idade não informada), maquiadora do salão da família: se entregou na delegacia na noite de quinta-feira (30).
Marlisson Vasconcelos Dantas, o quinto investigado, que atuava como cabeleireiro da rede Belle Femme, está foragido.
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Em buscas realizadas na manhã desta sexta-feira (31), a polícia apreendeu cetamina, ampolas e seringas em salões de beleza da família Cardoso e em uma clínica veterinária na Zona Oeste de Manaus. Segundo as investigações, a clínica vendia a droga sem as devidas autorizações.
Como atuava o grupo "Pai, Mãe, Vida"
O grupo "Pai, Mãe, Vida" foi fundado pela mãe e pelo irmão de Djidja e contava com a colaboração de funcionários da rede de salões de beleza da família.
Eles induziam pessoas a se associarem ao grupo e usarem a cetamina, prometendo a cura de doenças e a "salvação".
- As investigações indicam que algumas vítimas do grupo foram submetidas a violência sexual e aborto.
O grupo responderá por:
- Tráfico de drogas;
- Associação para o tráfico;
- Colocar em risco a saúde ou a vida de terceiros;
- Falsificação;
- Corrupção;
- Adulteração de produtos destinados a fins terapêuticos e medicinais;
- Aborto induzido sem o consentimento da gestante;
- Estupro de vulnerável;
- Charlatanismo;
- Curandeirismo;
- Sequestro;
- Cárcere privado;
- Constrangimento ilegal;
- Repercussão e desdobramentos.
A morte de Djidja Cardoso chocou a comunidade manauara e acendeu um alerta sobre os perigos do uso indevido de drogas e a atuação de grupos religiosos que prometem "curas milagrosas".
A Polícia Civil segue investigando o caso e busca identificar outros membros do grupo "Pai, Mãe, Vida".
- É importante ressaltar que o uso da cetamina sem acompanhamento médico pode ter graves consequências à saúde, inclusive a morte.
A cetamina é uma droga poderosa que deve ser usada apenas com acompanhamento médico.
Se você ou alguém que você conhece usa drogas, procure ajuda profissional.
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